Trabalhos como a série Diários Secretos não apenas foram premiados, como se reverteram em mudanças na forma de fiscalizar o Poder Público no Paraná
A atual presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Kátia Brembatti, será a homenageada da Ronda da Noite – edição especial PG 200 anos, que será realizada pelo SindijorPR neste sábado (19/09), no Frederico Cervejas & Cervejas, em Ponta Grossa. Com mais de 20 anos dedicados ao Jornalismo, ela nasceu em Cascavel, mais foi em Ponta Grossa que iniciou sua carreira como jornalista profissional.
Casada com o também jornalista Régis Rieger e mãe de Henrique e Luiza, Kátia viveu na cidade de 1989 a 2011 e graduou-se em Jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 2001.
O primeiro trabalho com carteira assinada foi como repórter de Política no Jornal da Manhã – ainda em circulação, vinculado ao Grupo A Rede, presidido pelo jornalista Eloir Rodrigues.
Em 2004, Kátia iniciou a trajetória de 16 anos de dedicação ao jornalismo na Gazeta do Povo, em que prestou inestimável contribuição à sociedade por meio de reportagens e projetos jornalísticos que também lhe renderam uma série de prêmios.
No ano de 2008, a jornalista foi vencedora do Prêmio de Jornalismo da Associação de Magistrados Brasileiros, na categoria Regional Sul. A premiação foi conquistada com uma reportagem sobre ilegalidades no sistema para a promoção de desembargadores no Tribunal de Justiça do Paraná.
Série Diários Secretos
No entanto, o trabalho que projetou ainda mais a carreira da profissional no campo do jornalismo investigativo foi a série de reportagens Diários Secretos, produzida e publicada por Kátia em conjunto com os jornalistas James Alberti, Karlos Kohlbach e Gabriel Tabatcheik.
O esforço dos profissionais ao longo de dois anos desnudou o esquema de corrupção envolvendo a contratação de funcionários fantasmas pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Os jornalistas conseguiram driblar a falta de transparência no Poder Legislativo estadual e reuniram edições do Diário Oficial da Alep, que não eram acessíveis a ninguém. A equipe digitou mais de 10 mil documentos e documentou o levantamento em planilhas.
Ao verificar os nomes das pessoas contratadas para trabalhar na Assembleia, os profissionais descobriram dezenas de funcionários fantasmas – ou seja, que apesar de receber salários, não apareciam para trabalhar.
A descoberta dos jornalistas, capitaneada por Kátia e traduzida na série de reportagens, gerou uma economia aos cofres públicos estimada em cerca de R$ 2 bilhões, considerando somente a última década. O trabalho jornalístico também levou à redução do número de funcionários na Assembleia Legislativa e desencadeou uma série de medidas e ações ligadas à fiscalização do Poder Público no Estado.
Mais premiações
A série Diários Secretos garantiu ainda o reconhecimento para Kátia e os outros jornalistas por meio da conquista de uma série de premiações: o Prêmio Embratel Tim Lopes de Jornalismo Investigativo 2010; o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2010; o Prêmio Latinoamericano de Periodismo de Investigación do Instituto de Prensa y Sociedad y Transparencia Internacional 2011, recebido em Guayaquil (Equador); e o Global Shining Light Award 2011, concedido pela Global Investigative Journalism Network em Kiev, na Ucrânia; e o prêmio Sangue Bom do Jornalismo Paranaense 2011, nas categorias Veículo Impresso e Televisão, concedido pelo SindijorPR.
Em 2012, Kátia foi ainda finalista do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade. Dois anos depois, a jornalista também recebeu o prêmio SOS Mata Atlântica com a publicação do especial Verdes Feitos, sobre a conservação de remanescentes e plantio de espécies nativas, no jornal Gazeta do Povo.
Hoje, também é editora no Estadão Verifica e professora de Jornalismo na Universidade Positivo, em Curitiba.
Serviço:
Ronda da Noite – edição especial PG 200 anos
Data: 19/08/2023
Horário: 18 horas
Local: Frederico Cervejas & Cervejas
Entrada: Free
Avenida Ernesto Vilela, 404, Centro