Conheça a história do Sindijor, selecionando a década abaixo.
Confira imagens e os principais fatos que marcaram a história da entidade.
O início: O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) foi fundado em 12 de outubro de 1945, ocupando, a princípio, a sede da Associação Paranaense de Imprensa (API), localizada na rua XV de Novembro, 300, 4º andar. Nessa primeira fase, o sindicato foi marcado por fortes relações com o Estado, seguindo as condições da imprensa paranaense.
A consolidação:
Dentre as ações que marcaram as primeiras gestões, está a organização do V Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em Curitiba, em 1953, e o apoio na fundação e consolidação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Neste período o SindijorPR ganhou mais corpo político. Inseriu-se em grandes debates regionais e nacionais, aprofundando seu caráter reivindicativo. Em 1º de maio de 1956, a entidade inaugura sua primeira sede autônoma, no Edifício Munhoz da Rocha. A defesa da liberdade de imprensa era um dos principais pontos em debate, uma luta que, aliada ao processo de profissionalização do jornalismo paranaense, contribuiu para o fortalecimento do sindicato.
Greve e ditadura:
Foi neste período, mais precisamente em 1963, que ocorreu a primeira greve de jornalistas do Paraná. Foram três dia de paralisação, em um movimento que jornalistas e gráficos em defesa do aumento salarial e atingiu praticamente todas as redações de Curitiba. O resultado foi um reajuste salarial de 75%, além de cláusulas importantes para a Convenção Coletiva. Dentre os principais personagens da greve estavam Edésio Passos e Luiz Geraldo Mazza.
O Golpe de 1964 interrompeu a ação sindical bruscamente, com os militares colocando no comando da entidade interventores alinhados ao regime, o que apontava uma direção obrigatória, caso o sindicato e seus filiados pretendessem retomar alguma ação. A partir de 1965, um ano após o golpe, o sindicato sofreria efetivamente mudanças em sua linha política, reduzindo o ímpeto reivindicativo. Uma composição bem diferente da que atuava no sindicato antes do golpe levou o Sindijor a uma situação de adaptação que seria aprofundada nos anos seguintes, conforme a ditadura recrudescia. Em 1967, a dificuldade foi tal para encontrar quem pretendesse assumir algum risco no comando da entidade que uma Junta Governativa teve que assumir, permanecendo até meados de 1968.
A intervenção: Nos anos 1970, na contramão de um período de avanços no sindicalismo brasileiro, o SindijorPR viveu um momento, de certo modo, alheio ou de pouco debate político (a não filiação à CUT fez parte desse distanciamento) e de afastamento em relação aos trabalhadores. As diretorias que assumiram o sindicato eram juntas governativas que procuravam transformar o SindijorPR em um balcão de serviços e distanciá-lo da luta sindical.
Burocratismo e oposição: Em fevereiro de 1980, por meio de um acordo com o Governo do Estado, o sindicato garantiu a sede onde hoje está instalada a entidade, na rua José Loureiro, 211. Disputas entre chapas de concepções diferentes fizeram parte das eleições da entidade. As diretorias foram encabeçadas, no entanto, por Ayrton Luiz Baptista (década de 1970 com três eleições) e Desidério Peron (década de 1980, este eleito por quatro vezes 4 vezes seguidas. seguidas Foi neste período também que a oposição sindical se constituiu no Paraná. No norte do estado a estratégia foi fundar um novo sindicato, representando profissionais em cidades importantes como Maringá e Londrina. A separação ocorreu em 1983.
A retomada:
As críticas à gestão de Peron alimentaram um grupo de oposição. Após uma derrota em 1988 por pouquíssimos votos, em 1991, a gestão Extra Pauta, encabeçada por Júlio Tarnowski Júnior, venceu as eleições renovando a diretoria com debates relacionados à defesa do diploma, democratização dos meios de comunicação e valorização profissional. O novo grupo também contava com pessoas como Maigue Gueths e Emerson Castro que manteriam a linha combativa e autônoma da entidade. Uma segunda greve de jornalistas voltaria a ocorrer, dessa vez, no Indústria & Comércio e no Correio de Notícias, devido a atrasos nos pagamentos. Uma paralisação também foi realizada na TV Iguaçu.
A Resistência:
O período de avanços, também marcado pela interiorização da entidade, a partir de encontros e organização de subseções (foram três congressos na década de 1990), seria refreado pela crise nos meios de comunicação, aliado aos efeitos da política neoliberal e de reestruturação produtiva. O desrespeito à Convenção Coletiva, as demissões e flexibilização de direitos afetam diretamente a capacidade organizativa do SindijorPR. A partir dos anos 2000, inaugurava-se um momento difícil para as diretorias que, apesar disso, marcaram a trajetória da entidade resistindo aos ataques e mantendo a organização de atividades como o Prêmio Sangue Novo e criando novas como o Sangue Bom (Prêmio para os profissionais), além de avanços em cláusulas novas na Convenção Coletiva.
Profissionalismo sindical:
Em 2010 o SindijorPR voltaria a realizar um debate antigo, já previsto nos anos 1990. No VI Congresso dos Jornalistas do Paraná, realizado em Foz do Iguaçu, os delegados aprovaram finalmente a filiação da entidade à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A perspectiva de classe é aprofundada pela entidade, em meio às dificuldades de organização da categoria.
A história do SindijorPR tem mostrado que sua relação com os jornalistas é determinante na melhoria das suas condições de vida e na qualidade do jornalismo paranaense. A gestão “Juntos somos mais fortes” (2012-2015) entende que o sindicato é feito por trabalhadores e que as próximas linhas da história da entidade devem ser escritas pelo conjunto da categoria.