Silva apresentava diariamente o programa “Microfone Aberto” na rádio comunitária Itaenga FM, no qual tratava de segurança pública e política local. Paralelamente, era guarda municipal na cidade. Ao Comitê para Proteção de Jornalistas, o colega Edilson Gomes dos Santos afirmou que as cobranças de Silva sobre autoridades locais lhe renderam ameaças de morte.
Uma das linhas de investigação é a relação do homicídio com o trabalho de Silva na rádio. À afiliada local da TV Globo, o comandante do 2º Batalhão da PM tenente-coronel João Bosco afirmou que Silva “era bastante ostensivo em algumas opiniões, tanto na área policial, em relação a alguns acusados de crimes na área, quanto com relação à política do município” e isso pode ter motivado a execução.
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informou que o caso foi repassado em caráter especial para o delegado Pablo de Carvalho, da 11ª Delegacia Seccional de Goiana. A ação visa “a elucidação desse bárbaro crime no menor espaço de tempo possível”, segundo a SDS.
Carvalho informou que a investigação corre sob sigilo e não pode dar mais detalhes.
A Abraji lamenta a perda de Israel Silva e acompanhará as investigações atentamente, esperando que o crime seja de fato solucionado com celeridade. O assassinato de um profissional da imprensa por causa do trabalho que ele exerce não pode passar em branco, sob pena de servir como incentivo a outros crimes semelhantes.