O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná repudia veementemente a postura do presidente do Clube Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, em relação aos jornalistas paranaenses. O fato ocorreu no início desta semana na coletiva com Jèrôme Valcke, um dos mandatários da FIFA na organização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, após sua quarta visita à Arena da Baixada. Pensar de forma contrária à apuração da verdade, compromisso do jornalista com a sociedade, soa como absurdo.
Hoje o investimento para a Copa 2014 é questionado em todo país, verbas públicas em demasia, contratos não transparentes e uma parcela da população contrária ao megaevento. E isso faz parte da democracia. Afinal, temos o direito de nos posicionar de forma contrária aquilo que não concordamos. Certo? Agora especificamente em relação ao jornalismo, além do direito de questionar, o profissional tem o dever de fazê-lo.
Enquanto Petraglia expõe uma implicância pessoal com a imprensa paranaense, contra os jornalistas, como se houvesse uma conspiração para difamar a sua pessoa, quem perde é a sociedade. A lógica da prática do pão e circo para o povo é levada, por parte do presidente do tradicional clube de futebol, à imprensa. Ao emitir somente informações que lhe são de interesse, o presidente do Atlético promove uma prática antidemocrática. Não vamos entrar no mérito da informação vinda da assessoria de imprensa, pois isso é uma prática institucional, agora usar de princípios reacionários para coibir jornalista, é algo fascista.
O Sindijor jamais irá compactuar e se calar em relação a isso. Se o mandatário do clube paranaense não consegue conviver com o jornalismo de verdade, com a liberdade de imprensa, com o direito ao contraditório, então não assuma um cargo de tanta responsabilidade. Nenhum jornalista neste território tem qualquer culpa disso. Não tem qualquer dever de aceitar argumentos pífios e atitudes desproporcionais à realidade.
Para o jornalismo, a realidade segue. Os investimentos públicos no estádio do Atlético continuam pouco transparentes, muitas questões estão no ar! Os brasileiros estão tendo mais oportunidades de ver quem é quem nesta sociedade, no jogo político. Já as atitudes, essas não podem ser esquecidas. O Sindijor apoia todos os jornalistas que questionam e fazem exatamente a pergunta que “você não quer ouvir”, este entidade está há mais de 60 anos ao lado da imprensa não domesticável.
ENTENDA O CASO
Na coletiva de imprensa, Petraglia hostilizou, primeiro com acusações pessoais e depois generalizando os trabalhadores jornalistas do Paraná, um profissional de imprensa que questionou Valcke sobre o recebimento de duplo salário em meados de 2006 “enquanto estava em “quarentena” depois de sua saída – conturbada, diga-se – da Fifa” (trecho do artigo do jornalista Julio Cesar Lima, publicado pelo Sindijor no dia 24/04/2014 – leia na íntegra aqui).