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17/11/2015

EBC: empregados mantêm greve e TST marca audiência de conciliação

EBC: empregados mantêm greve e TST marca audiência de conciliação
Sindicato dos Jornalistas DF

Em assembleia nacional, trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) voltaram a reafirmar, por unanimidade, a continuidade da greve iniciada no dia 10 de novembro. Os empregados também deliberaram, por maioria dos votos, a manutenção das propostas para as cláusulas econômicas e a cobrança para que a direção saia da postura intransigente e volte a negociar, nem que seja pelo menos no caso das cláusulas sociais.


Com uma audiência de conciliação marcada no TST, representantes dos sindicatos e da Comissão de Empregados procuraram novamente a direção da empresa para cobrar a volta das negociações. No entanto, ainda não foi confirmado se haverá novo diálogo. Em contato telefônico com o gabinete do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, representantes das entidades também cobraram que o órgão receba os trabalhadores, tendo ouvido que isso não seria possível enquanto a paralisação permanecesse.

"A empresa e o governo trabalham com a desinformação quando dizem que as entidades de trabalhadores abandonaram a negociação e quando tentam reduzir o impasse à dificuldade de garantir a reposição inflacionária nos salários e benefícios. A empresa e o governo ofereceram o pior reajuste nas negociações de empresas públicas no ano, 3,5%, e tratam de forma diferenciada os trabalhadores da EBC ao se recursarem a negociar, quando no caso de outras empresas públicas e dos próprios servidores federais o Executivo sentou pra dialogar durante greves", critica Gésio Passos, diretor do SJPDF. A direção da empresa também não deu qualquer sinalização de corte de privilégios ou redução das desigualdades internas conforme reivindicam os trabalhadores.

Dissídio

A assembleia tratou também da audiência de conciliação marcada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para a próxima sexta-feira, 20/11. Na ocasião, o ministro Ives Gandra tentará uma mediação entre as partes. Caso não haja acordo, o impasse deve seguir para julgamento da Sessão de Dissídios Coletivos do Tribunal.

Além de marcar a audiência, o ministro concedeu liminar determinando a manutenção do trabalho de pelo menos 40% dos empregados em atividades de publicidade de dados oficiais. A decisão deu ganho apenas parcial ao pleito da empresa, que havia solicitado um contingente mínimo de 60%. A liminar também proíbe as entidades representativas de utilizar de qualquer tipo de obstrução que restringe o direito daquele que quer trabalhar.

As organizações divergem do entendimento do Tribunal, uma vez que a lei de greve lista como serviço essencial as telecomunicações, enquanto a EBC presta serviços de radiodifusão (rádio e TV). Mesmo assim, em levantamento preliminar a partir de informações de trabalhadores de diversos setores que cruzaram os braços, as entidades identificaram que o percentual já está sendo garantido. Quanto ao impedimento de trabalhadores que não quiseram aderir ao movimento, isso em nenhum momento ocorreu. Por orientação das direções das entidades, os piquetes têm sido atos de convencimento dos colegas sobre a importância da mobilização.

Na audiência de conciliação, as entidades pressionarão a empresa para que avance muito nas ofertas para as cláusulas econômicas, apresente propostas concretas para as cláusulas sociais e reconheça o direito de greve dos trabalhadores abonando os dias parados.

Reivindicações

Deflagrada no dia 10 de novembro, a greve tem como pleitos um aumento salarial no valor do índice do IPCA mais um ganho real linear para todos os empregados de R$ 450 (esse valor corresponde a cerca de 5% do total da folha de pagamento da empresa), reajuste no valor do IPCA mais 4,25% no auxílio-alimentação, melhoria das condições, mecanismos efetivos de combate ao assédio moral e formas de garantia da autonomia editorial no cotidiano das atividades da empresa.

A empresa ofereceu reajuste de 3,5% por ano em um acordo de dois anos (entenda mais). Depois da negativa dos trabalhadores, a EBC entrou com dois pedidos de dissídio coletivo: um de greve e outro revisional (veja mais).

Privilégios

Outra luta dos trabalhadores é pela isonomia dentro do quadro de empregados e pressionam para que neste momento de crise a empresa faça cortes em cargos comissionados, nos salários da chefia e em outros benefícios dados aos cargos de direção como: vaga privativa na garagem paga pela empresa, auxílio moradia e diárias recebidas pela direção com valor muito superior aos que são pagos aos empregados.

Desinformação

Na assembleia de hoje, os empregados também denunciaram que a empresa está utilizando informações falsas como, por exemplo, a de que foram os trabalhadores que interromperam as negociações e de que a greve não teria sido avisada aos gestores com antecedência. No entanto, a EBC colocou nas mesas que só fecharia um acordo se os trabalhadores aceitassem negociar um índice abaixo da inflação.

Adesão

Entre 900 e mil trabalhadores cruzaram os braços, quase 50% dos empregados da casa sem cargo de chefia ou função. Especialmente nas áreas finalísticas, há grande adesão e diversos serviços ficaram prejudicados, embora nenhum deles tenha sido comprometido.

Programação

Ao longo da semana, a greve seguirá com diversas atividades na sede em Brasília. Confira a programação:


17/11 – Manhã: Piquete e realização de um relatório por setor


18/11 – Manhã - Novo piquete e debate sobre a importância da Comunicação Pública (com especialistas que tratam do tema)


 - 12h30 – acompanhamento da reunião do Conselho Curador


19/11 – 11h – Twitaço


 - 12h30 assembleia para discutir duas questões: 1) novidades em relação à empresa se tiver; 2) definição do procedimento de acompanhamento da audiência de conciliação na sexta.


 - 15h Ato na Praça dos Três Poderes


20/11 – 14h audiência de conciliação no TST e paralelamente assembleia com os trabalhadores

Autor:Sindicato dos Jornalistas DF
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