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13/11/2015

Greve tem grande adesão dos empregados da EBC

Em greve, os empregados das quatro praças da EBC (Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís) voltaram a se reunir em assembleia nessa quinta-feira, 12/11. O movimento ganhou grande adesão, com entre 900 e mil trabalhadores cruzando os braços, quase 50% dos empregados da casa sem cargo de chefia ou função. Os empregados aprovaram a continuidade da greve, a manutenção das propostas para as cláusulas econômicas e a cobrança que a empresa negocie as cláusulas sociais.


Os trabalhadores também aprovaram a cobrança para que a empresa não cometa ilegalidades durante a greve na substituição de profissionais e que tire dos créditos os nomes daqueles trabalhadores que pararam. Uma carta à presidenta Dilma também foi encaminhada na assembleia.

A direção da Empresa Brasil de Comunicação enviou ofício afirmando que só voltará a negociar caso os trabalhadores interrompam a greve. Ela entrou com pedido de dissídio coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho. No entanto, só listou algumas cláusulas econômicas e mais duas de seu interesse (banco de horas e ponto eletrônico). Os trabalhadores rejeitaram a tentativa de fim da greve e reafirmaram que mesmo para uma conciliação no Tribunal é fundamental que as partes dialoguem sobre as cláusulas sociais.

Confira aqui o manifesto dos empregados explicando os motivos da greve.


Ato


Da assembleia, os grevistas fizeram uma passeata na Esplanada e um ato em frente ao Ministério do Planejamento. Eles cobraram uma reunião com o Departamento de Governança das Empresas Estatais (Dest), órgão ao qual a EBC está vinculada na parte das relações trabalhistas. Nas falas, os trabalhadores questionaram, por exemplo, por que o Ministério do Planejamento autorizou que a Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, oferecesse 8,5% e para a EBC somente 3,5%.


Ministério Público


Às 18h, as entidades representativas, entre elas o Sindicato dos Jornalistas do DF, se reuniram com o gabinete do Procurador-Geral do Trabalho. Na reunião, elas solicitaram que o órgão acompanhe a negociação e denunciaram abusos por parte da empresa como assédio moral, substituição de profissionais e designação de profissionais para ocuparem cargos sem registro profissional ou em desacordo com a legislação. Entre as irregularidades está também o uso de estagiários para substituir o trabalho de profissionais. As entidades também solicitaram auxílio do Ministério Público do Trabalho para uma eventual situação de compensação dos dias parados, já que na greve de 2013 houve muitos casos de abuso. O chefe-de-gabinete do Procurador-Geral explicou que no caso do acompanhamento, como há dissídio em andamento haverá a designação de um procurador. Quanto às denúncias, informou que elas devem ser analisadas pela Procuradoria-Geral do Trabalho da 10a Região. Os representantes dos trabalhadores solicitaram agilidade no encaminhamento do processo.


Adesão


Segundo relatos dos trabalhadores, há setores com 100% dos empregados do quadro parados. Parte dos profissionais se manteve trabalhando com receio de perda de coordenação ou de gratificações. Outra parte não aderiu por motivos diversos. A greve comprometeu diversos serviços da empresa. Telejornais reduzidos, com menos materiais e mais dependentes das emissoras parceiras, rádio com programação musical muito maior e noticiários sem ir ao ar, Agência Brasil com menos matérias.


Nova assembleia


Uma nova assembleia ficou marcada para segunda-feira, 16/11, às 12h30. Caso o TST responda os pedidos de dissídio que foram realizados pela empresa os empregados poderão voltar a se reunir amanhã. Reajuste de 3,5%


A movimento paredista foi deflagrado na última terça-feira, 10/11. A empresa ofereceu reajuste de 3,5% por ano em um acordo de dois anos. Mantido o patamar inflacionário, isso significaria uma perda de cerca de 13% em dois anos nos salários dos trabalhadores. A oferta foi feita sob a justificativa da crise econômica no país. No entanto, os trabalhadores denunciam vários privilégios dado aos gestores e diretores da empresa. Eles lutam por isonomia dentro do quadro de empregados e pressionam para que neste momento de crise a empresa faça cortes em cargos comissionados, nos salários da chefia e em outros benefícios dados aos cargos de direção como: vaga privativa na garagem paga pela empresa, auxílio moradia e diárias recebidas pela direção com valor muito superior aos que são pagos aos empregados.

Autor:Sindicato dos Jornalistas DF
Gralha Confere TRE