SindijorPR repudia declarações do prefeito de Pato Branco contra a imprensa

O chefe do Executivo declarou que estava disposto a atender a ‘imprensa do bem’ e que a ‘imprensa que não quer’ que fique em casa

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) repudia publicamente as declarações do prefeito de Pato Branco, Robson Cantu, registradas por meio de vídeo veiculado no perfil oficial da Prefeitura no Instagram, no dia 10 de abril de 2022, ocasião em que um segurança foi atacado no exercício de suas funções em uma unidade de saúde do município, momento em que o prefeito aproveitou para atacar a imprensa. O vídeo já foi acessado por mais de 14 mil pessoas.

Na ocasião, o prefeito declarou: “Você, da imprensa do bem, estamos abertos. A imprensa que não quer, fique em casa e deixe nós trabalharmos”. A situação foi denunciada ao Sindicato por profissionais que atuam na imprensa regional e que reiteradamente reclamam da postura do chefe do Executivo.

Em ofício remetido ao prefeito, o SindijorPR reitera que cabe à imprensa apurar e noticiar fatos de interesse público, independentemente se estes agradam políticos ou não. Ainda de acordo com o texto constitucional e com os princípios da administração pública, cabe aos mandatários de cargos públicos prestarem informações à sociedade, mesmo que não gostem de uma determinada empresa jornalística ou de um determinado profissional, porque se trata da necessidade de respeitar o direito constitucional à informação da sociedade e não de uma questão pessoal.

Destaca-se ainda que os profissionais de imprensa não estão a serviço de governos, seja municipal, estadual e federal, e sim, atuam para satisfazer a necessidade da população de obter informações de interesse coletivo. Além disso, o ato de lançar descrédito e/ou de atacar a credibilidade de jornalistas e do Jornalismo, conforme vem sendo denunciado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), se trata atualmente de uma das principais formas de violência contra profissionais de imprensa no Brasil e busca minar a confiança que a sociedade tem nas informações credíveis e verificadas.

Em comunicação endereçada à prefeitura, o Sindicato enfatiza ainda que qualquer ato que implique em cerceamento e/ou impedimento ao trabalho de jornalistas pode ser considerado como perturbação do trabalho e restrição à liberdade de imprensa, sendo estes atos passíveis de apuração de responsabilidades.