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10/03/2014

Congresso: três dias de debates marcados pelo alto nível nas discussões

Congresso: três dias de debates marcados pelo alto nível nas discussões

O 7º Congresso Paranaense dos Jornalistas encerrou suas atividades ontem (9). Foram três dias de intensas atividades, todas voltadas aos trabalhadores jornalistas. “Acho que foi um Congresso marcado pelo alto nível do debate, com questões ligadas diretamente aos temas de interesse da categoria e relacionados à luta por valorização profissional. Nesse sentido, o congresso já é vitorioso”, explica Guilherme Carvalho, presidente do Sindijor.


Último dia: no domingo, diretores do Sindijor, delegados e observadores se reuniram para plenária final do Congresso, com votação dos temas do Caderno de Teses aprovados pelos Grupos de Trabalho (foram quatro eixos estudados: Desafios da ação sindical de jornalistas do Paraná; Em defesa da mídia pública; Condições de trabalho; Formação profissional).


Votação: foi aprovada a unificação do Sindijor com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, também a devolução do imposto sindical para os sindicalizados em dia (já em 2014). Outro tema definido foi que a tese “Em Defesa da Mídia Pública” será encaminhada ao 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, que será realizado no começo de abril, em Maceió (Alagoas); para o mesmo evento foram eleitos os delegados paranaenses; são eles: Roberto Geremias, Manoel Ramires, Diangela Menegazzi, Leandro Taques, Gustavo Henrique Vidal e Silvia Valim. Em breve o Sindijor irá divulgar o Caderno de Teses finalizado, assim como informações específicas dos temas aprovados.


A principal marca deixada 7º Congresso Paranaense dos Jornalistas foi o debate de alto nível. Temas como "A ética no jornalismo" e “Organização sindical de jornalistas”, foram relatados por profissionais experientes na área, como Edésio Passos, que contou um pouco de sua história como sindicalista, principalmente junto ao Sindijor. O advogado foi um dos responsáveis pela greve dos jornalistas de 1963. “Só foi possível fazer a greve por causa de algumas especificidades”, disse Passos, contextualizando a década de 60 e a efervescência política do período.


Mobilização: jornalistas de outras regiões do Paraná fizeram importantes relatos e o que se viu nestes três dias foi o comprometimento. “Temos vontade e queremos mudar a situação da profissão. Por isso a importância do evento”, frisou Wemerson Pinheiro (Ceará) – SindijorPR (Foz do Iguaçu). O desafio agora é colocar em prática o que foi discutido e aprovado em nossas teses. “As discussões foram além das questões trabalhistas, defendemos a mídia pública e a democratização da comunicação, além de homenagear jornalistas que lutaram contra a repressão", explicou Julio Carignano (Diretor Administrativo do Interior), da Subseção do Sindijor em Cascavel.


Homenagens: no segundo dia do Congresso, o momento mais emocionante foi às homenagens aos profissionais Milton Ivan Heller e Edésio Passo, símbolos de resistência no Paraná. Este ano, o golpe de 64 completa 50 anos, e Heller lançará o livro "A CIA e a Quartelada - os 50 anos do golpe de 64", dia 28 de março, na Biblioteca Pública do Paraná. Heller brincou nostálgico e emocionado, "alguns jornalistas têm a mania de morrer!". Os anos de chumbo deixaram marcas em todos os profissionais que viveram este período da história do Brasil. "Muitos jornalistas nunca mais conseguiram voltar ao mercado de trabalho!", completou o homenageado.


“O jornalista tem que entender de tudo, participar, estar vivo no processo. Eu não era redator. Eu era repórter. Tinha que estar na rua, vivendo com o povo, e isso foi extremamente importante” – declaração que está no livro: Edésio Passos – 50 anos de advocacia. Passos foi fundamental na greve dos jornalistas de 63.


Presente e futuro


O dia a dia da profissão não ficou de fora. Na mesa de debate "Violência contra jornalistas e criminalização dos movimentos", os jornalistas Paulo Zochi (Sindicato dos Jornalistas de Sindicato Jornalistas São Paulo); o intermediador Pedro Carrano (Sindijor); Mauri Konig (jornalista da Gazeta do Povo e membro da ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo); Franklin Freitas Arfoc Paraná e repórter fotográfico) e Camila Marins (Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro), aprofundaram o tema. “A impunidade é um problema, a probabilidade da punição é mínima e isso alimenta a violência. Precisamos defender um ao outro, defender uma causa maior”, defendeu Mauri Konig.


Também na mesa “Qualidade de ensino no jornalismo: estágio e novas diretrizes”, os jornalistas Mário Messagi Jr. – professor da UFPR e membro do comitê de ética da Fenaj; o mediador jornalista Élson Faxina; e Sérgio Gadini – coordenador do Mestrado em Jornalismo da UEPG e ex-presidente da FNPJ; defenderam as novas diretrizes curriculares de jornalismo: "É uma inovação. Com uma série de características recentes que definem uma profissão", explica Messagi. "É um avanço, vai colocar mais concretamente a criação de um profissional de jornalismo", completa Gadini.


“O Futuro do Jornalismo e o Mercado da Comunicação” aprofundou as questões mercadológicas, além de trazer, através de relatos, questões que acontecem no interior do Paraná. Fizeram parte da discussão, mediada pela diretora do Sindijor, Maigue Gueths; Julio Carignano (Diretor do Sindijor no Interior) e Jonas Valente – grupo Intervozes e jornalista da EBC. “Há uma ameaça constante à permanência do jornalista no seu posto de trabalho, isso pressiona o trabalhador a não lutar por seus direitos. Muitos jornalistas passaram a ver na conquista de um novo trabalho a única forma de ampliar sua remuneração e melhorar as condições de trabalho”, explicou Valente, durante o Congresso.


Interação: O Sindijor apresentou oficialmente o novo site. “Novas ferramentas para atender as principais demandas dos usuários. O principal objetivo é garantir acesso à informação, serviços e campanhas realizadas pela entidade, considerando princípios de acessibilidade para a internet”, explicou Guilherme Carvalho (leia matéria aqui).


"Sindijor tem uma relevância importantíssima no cenário nacional. O Paraná sempre produziu e contribuiu na ajuda da estruturação da Federação Nacional dos Jornalistas", disse o presidente da Federação Nacional, Celso Augusto Schröder. O 7º Congresso Paranaense dos Jornalistas contou com patrocínio da Itaipu e Ocepar, apoio do Centro Europeu, APP Sindicato, Sanepar e Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná.


A diretoria do Sindijor enaltece a participação de estudantes que vieram de Cascavel (Oeste do Paraná), assim como profissionais e diretores de outras regiões. Além de Cascavel, marcaram presença trabalhadores de Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Londrina, Piraquara, Pinhais e Almirante Tamandaré.


Leia matérias dos outros dias do Congresso: link 1 e link 2. Confira galeria de fotos no Flickr do Sindijor.

Por Regis Luís Cardoso (*Fotos: Theo Marques). 

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