Um dos jornalistas investigativos mais premiados do país, em 30 anos de carreira, recebeu 38 prêmios no Brasil e no exterior
“Esse é prêmio mais significativo que recebi, ao longo dos 31 anos de jornalismo”. Foi com essa declaração que o renomado jornalista investigativo, Mauri Konig, agradeceu ao receber nesta quarta-feira (23), o título de Cidadão Honorário de Foz do Iguaçu. A homenagem foi proposta pela vereadora Yasmin Hachem (MDB). O diretor financeiro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), José Roberto Geremias, acompanhou a sessão representando a entidade. A cerimônia contou ainda com a presença do diretor do Campus da Unioeste de Foz, Fernando Martins e da reitora da UDC, professora Rosicler Hauagge do Prado.
Konig é um dos jornalistas investigativos mais premiados do país. Em 30 anos de carreira, recebeu 38 prêmios no Brasil e no exterior. Ele já recebeu Maria Cabot Prizem mais importante premiação concedida a jornalistas estrangeiros pela Universidade de Colúmbia (EUA); Lorenzi Natali Prize, entregue pela União Europeia. No Brasil, ele já venceu o Prêmio Esso e o Prêmio Vladimir Herzog.
A vereadora Yasmin Hachem (MDB) destacou a importância do trabalho do jornalista. “Estamos celebrando o direito à comunicação e o direito à liberdade de imprensa homenageando um jornalista muito premiado. Nossa alegria é ainda maior por entregar esse título a um jornalista, linguista, intelectual, defensor dos direitos humanos e que são os mesmos objetivos do nosso mandato. Nosso homenageado é um jornalista investigativo, de causas espinhosas, de causas sociais, públicas, coletivas. São causas que incomodam. É um bom momento para falarmos na preocupação com a verdadeira informação social, é hora de falarmos da democratização da comunicação, que deve cumprir seu papel de forma honesta e competente”.
Após entrar para o rol de cidadãos honorários de Foz, König agradeceu na tribuna da Casa. “Agradeço a meus filhos que estão aqui, um raro momento que consegui reunir os três juntos, no momento em que a cidade me acolhe como filho. Somos devedores das pessoas que estiveram ao nosso lado em diversos momentos da vida. Agradeço à professora Silvana, da Unioeste, que teve um papel decisivo na minha vida. Meu outro agradecimento é à professora Rosicler, da UDC. Esse prêmio tem uma força simbólica muito maior. E não estou falando demagogicamente, mas com coração aberto”.
O diretor financeiro do SindijorPR, José Roberto Geremias, enfatizou a importância do reconhecimento ao trabalho de Konig. “Neste momento em que lamentavelmente temos tantos jornalistas sofrendo ataques e tentativas de cerceamento no Brasil, a Câmara de Foz desponta por colocar o jornalismo, personificado no trabalho do jornalista Mauri Konig, no lugar de destaque que ele merece pelo que representa para a sociedade”, manifesta.
Atuação em Foz
König é graduado em jornalismo pela UDC e em Letras pela Unioeste. Ele começou a atuar na imprensa de Foz em 1991, no extinto Jornal de Foz. No mesmo período, começou a atuar como assessor de imprensa na Foztur, empresa que gerenciava o turismo na cidade. Em 1994 foi contratado como correspondente local da Folha de Londrina, ao mesmo tempo em que iniciou como correspondente do jornal O Estado de São Paulo. Em 1997, assumiu a Diretoria de Imprensa da Prefeitura de Foz, oportunidade em que se desligou dos dois jornais.
Em Foz, Mauri trabalhou como correspondente da Gazeta Mercantil e do jornal o Estado do Paraná. Em 2003, teve de se mudar para Curitiba, devido a ameaças de morte decorrentes de uma reportagem produzida para a Gazeta do Povo, que tratava de roubos de carro na fronteira. Um dos seus trabalhos de maior destaque é uma série de reportagens sobre exploração sexual de crianças e adolescentes, publicada na Gazeta do Povo e que depois deu origem ao livro “Brasil Oculto”, publicado em 2012.