esqueci minha senha / primeiro acesso

notícias

03/02/2022

Morre Rosy de Sá Cardoso, primeira mulher a ter registro de jornalista no Paraná

Rosy foi também a primeira mulher filiada do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR)




O jornalismo brasileiro sofreu uma grande perda na madrugada desta quinta-feira (3), com a morte de Rosy de Sá Cardoso, aos 95 anos, por falência múltipla dos órgãos. Pioneira entre as mulheres na profissão, ela foi a primeira mulher a ter registro profissional de jornalista no Estado e também a primeira filiada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR).


Rosy de Sá Cardoso começou a trabalhar como jornalista em 1948, com 21 anos de idade. O primeiro emprego foi no jornal O Dia, onde se consagrou como a primeira colunista social na cidade de Curitiba. Na época em que iniciou na profissão, ela teve que enfrentar casos de discriminação por pessoas que viam com “maus olhos” a presença de mulheres em redações e até de familiares, que consideravam o ato uma “vergonha da família”, segundo seus próprios relatos.


Depois de O Dia, Rosy trabalhou no jornal O Estado do Paraná, na Revista Divulgação, na Revista Alta Sociedade e no Diário do Paraná. Além de jornais, também atuou em televisão, tanto como produtora quanto apresentadora. Entre eles o programa de variedades que ia ao ar no canal 6, a TV Paraná, afiliada da Tupi, que foi na época um grande sucesso.


A partir de 1977, Rosy passou a trabalhar na Gazeta do Povo, jornal em que atuou por mais de 40 anos e até recentemente ainda contribuía com seus trabalhos jornalísticos. Na Gazeta, ela fez a fez sua primeira viagem ao exterior e, de 1969 a 1999, se dedicou exclusivamente à editoria de turismo.


Com a grande importância dos jornais impressos antes da chegada da internet, Rosy teve a oportunidade de viajar para todo o mundo. Em 70 anos de profissão, ela visitou cerca de 90 países nos cinco continentes. No Brasil foram centenas de viagens, para as mais diversas cidades e regiões.


“Trabalhei ao lado da Rosy por quase trinta anos. A gente brincava na redação que ela era a pessoa que mais países, cidades e lugares conheceu no mundo. Sua história é um exemplo de persistência, de missão como jornalista e de vida. Me lembro dela, já com quase noventa anos, ainda dirigindo seu próprio carro. Sua morte deixa um vazio no jornalismo”, lamenta o jornalista Célio Martins, editor e colunista da Gazeta do Povo e presidente do SindijorPR.


Rosy trabalhou em uma época em que as redações eram ambientes construídos por e para homens e rompeu barreiras tornando-se a primeira jornalista registrada em carteira no Paraná.


“A morte de Rosy de Sá Cardoso deixa um legado inestimável para o jornalismo.Ela foi a primeira mulher com carteira assinada no Estado, a primeira a ser filiada ao Sindicato dos Jornalistas e objeto de estudo de muitos jornalistas das gerações que a sucederam. Foi desbravadora de um território na época ainda inóspito para as mulheres, abrindo caminho para nós, e por isso sempre merecerá nossa reverência”, comenta a professora universitária e diretora executiva do SindijorPR, a jornalista Silvia Valim.


O SindijorPR estende os mais sinceros e profundos sentimentos de pesar aos amigos e familiares.


Autor:SindijorPR
Gralha Confere TRE