ARTIGOS
O Mário Messagi, ex-presidente do SindijorPR, me disse dia desses: “Presidente é por um tempo, ex-presidente é para sempre”. Não sei se ele tem razão, mas fiquei pensando nisso nestes últimos dias da gestão a qual presidi. Só agora eu começo a entender o que viveu ele, Márcio Rodrigues, Maigue Gueths, Aniela Almeida, Julio Tarnowski, Elson Faxina, Emerson Castro, Ricardo Medeiros, entre tantos outros que estiveram à frente da entidade.
Talvez eles tenham experimentado o sentimento que agora tenho. Um misto de alívio, alegria e tristeza. Alívio por ter conseguido terminar a gestão com condições de passar o bastão para um novo grupo que dará continuidade ao trabalho; alegria pelos grandes amigos que fiz e que durarão para o resto da vida; tristeza por ter que deixar de lado um cotidiano comprometido com lutas que ajudaram a melhorar a vida de milhares de jornalistas e consequentemente da sociedade.
Não opinarei sobre a gestão “Juntos somos mais fortes”. Tudo que eu disser estará contaminado pela minha visão apaixonada. Assim, deixo para os próprios jornalistas avaliarem. Para quem quiser um parâmetro, recomendo a matéria “Administração que deixa o Sindijor apresenta prestação de contas”, onde consta um balanço da gestão com os compromissos assumidos na campanha eleitoral e propostas aprovadas no Congresso Estadual dos Jornalistas.
Da minha parte, só posso dizer que fiz aquilo que acreditei que seria o melhor e dentro das condições possíveis, sejam pessoais ou institucionais. Acredito que nosso principal objetivo foi atingido: o de contribuir para construir uma consciência de classe para os jornalistas paranaenses, a partir da compreensão que a melhoria de vida se conquista coletivamente.
Na condição de dirigente sindical, aprendi muito. Conheci a realidade de muitos profissionais. Lidei com muitos problemas e, junto com os demais dirigentes e de maneira democrática, procuramos soluções. Não é uma tarefa fácil. Não há remuneração para isso (e sou contrário ao assalariamento de dirigente sindical pelo sindicato) e a gente doa parte do tempo para uma atividade que não está relacionada aos seus interesses particulares.
No sindicato, a gente aprende o significado de solidariedade e percebe o quanto uma entidade como essa é importante. O SindijorPR, assim como qualquer outro sindicato, muda os rumos da história e eu não tenho dúvidas de que as condições de vida dos jornalistas seriam muito piores se não fosse o sindicato. Por isso, essa entidade setentona precisa ser reconhecida como um importante instrumento de luta. Todo jornalista deve se sindicalizar e ajudar a contribuir financeiramente para sustentar o sindicato. A autossustentação financeira é fundamental para a independência política de qualquer organização que representa trabalhadores.
Mas não basta pagar as mensalidades sindicais. O sindicato não é feito apenas de dirigentes e estrutura física. Um sindicato representativo, com força e condições de garantir avanços para uma categoria é feito com a participação dos trabalhadores. É isso que coloca uma categoria em melhores condições de trabalho e de vida.
Deixo meus sinceros agradecimentos a todos os diretores e funcionários do Sindijor com os quais tive a imensa satisfação de conviver e de fortalecer os laços de amizade.
Saio da presidência e espero acompanhar o trabalho do novo grupo como conselheiro fiscal eleito pelos jornalistas. Participarei da trajetória da nova gestão, torcendo para que façam um trabalho ainda melhor do que o que foi feito anteriormente. Que venha a nova gestão. Lutem jornalistas!
*As opiniões publicadas aqui não refletem necessariamente a posição do SindijorPR, são de responsabilidade do próprio autor. Envie também seu artigo: extrapauta@sindijorpr.org.br.