ARTIGOS
Olá meus amigos e amigas do Sindijorzão 2015. Pois é, chegamos à reta final desta grandiosa competição e logo de cara quero parabenizar a todos aqueles que dela participaram.
Mas antes de tudo, preciso realmente revelar o motivo do meu sumiço...
Sim! Muita gente se perguntou durante a última semana: “onde está Jornaldo?”; “O que aconteceu com Jornaldo?”; “Será que Jornaldo morreu?”; “Será que foi o Valkiller?”; “Será que os cartolas do Che ficaram ofendidos com Jornaldo e resolveram sequestrá-lo?”... por fim... a grande dúvida: “quem matou Jornaldo?”.
Bom... desculpe a decepção, mas essa história não terá um enredo de suspense e terror. Quando penso num thriller, prefiro lembrar as produções do meu grande amigo Alfred.
Então voltemos aos fatos:
Primeiramente quero deixar claro que não me é de costume responder ou retornar as milhares de ligações e mensagens que infestaram meu celular; além das minhas redes sociais, nos últimos dias. Ok? Resolvido isso, sigo em frente.
Confesso que ainda estou um pouco fraco. Sei que muitos estão se perguntando: “mas o que diabos esse velho gagá está falando?”.
Explico.
Assim como meu amigo Hitchcock, sinto-me confortável em falar da MORTE! Pois quase morri. De verdade! E que susto! Meu mundo deu inúmeras voltas. Como se eu tivesse capotado várias vezes e subitamente levantasse sem nenhum arranhão dos destroços do meu carro.
Sei que esse texto será publicado amanhã (08/04), mas neste momento, bem no Dia do Jornalista, mesmo um tanto quanto fraco, disponho-me a honrar meus compromissos com os craques da comunicação. É um desafio contrariar toda e qualquer ordem médica.
E é aqui, no leito desse hospital, internado e, agora, menos chapado, que consigo raciocinar um pouco e refletir sobre o que aconteceu naquele fatídico dia 29 de março.
“Hospital?” – Sim... após o jogo entre Sensacionalistas e Catadão eu tive um piripaque... um enfarto... um sossega leão... um aviso dos deuses... uma conversinha com o tinhoso...
Só sei que após a vitória do Sensacionalistas eu fui até o banheiro, porque não me sentia muito bem, e acordei no hospital.
Olha... é normal eu praticamente entrar dentro de quadra... me envolver emocionalmente numa partida em que trabalho. Foi assim na Copa de 70, quando chorei de alegria. Foi assim em 82, quando chorei de tristeza. Foi assim em 2014, quando chorei de vergonha. Até aí tudo normal... uma pressão alta aqui... outra ali... mas tudo controlado...
Agora... como é que pode... eu fico p... da vida comigo quando lembro que me deixei levar pela emoção dessa forma. E logo aqui? No Sindijorzão? É fim de carreira mesmo... vou te contar... pqp.
O que lembro depois disso tudo:
Na primeira partida do feminino, Bandnets 5 x 5 As Sensacionalistas, já comecei a suar frio. Meu... que jogo... que jogão... as meninas fizeram uma partida emocionante. Coisa linda de se ver... não só porque eram as meninas do Sindijorzão... mas é porque o jogo foi lindo mesmo.
Quer saber... eu nem sei se o empate foi justo, só sei que foi um jogão... que, inclusive, me tirou do estado de conforto. Aí depois as Arsênicas meteram 3 a 1 na Dasjor/Gazeta e mantiveram o 100% de aproveitamento. O problema desse jogo foi o jogo da outra quadra... aquele empate... sério... foi ali que tudo começou...
Depois dessa forte emoção, já não estava me sentindo bem, como já disse... mas achava que era algo que tinha comido ou bebido... grande engano!
Só sei que quando olhei pra quadra o juiz dava o apito inicial do jogo Sensacionalistas x Catadão...
O primeiro tempo dessa partida foi estranho... bicho... 6 a 1 pro Catadão? Quem iria acreditar? De óbvio mesmo no primeiro tempo foi o descontrole emocional do jovem Hendryo. Que jogador temperamental minha gente...
Agora, com mais frieza, lembro que ele havia levado seu papai pra assistir a partida, o que explica toda aquela postura escandalosa na sua saída triunfal de quadra. Chegou até a chutar a bola para o gol... numa atitude do tipo: “olha como eu sei chutar... olha só... não deveria ter sido expulso... olhem olhem... me enxerguem, please!”.
A meu nobre... me poupe né... eu já não estava nos meus melhores dias e aí você vem com essa? Eu sei que você tentou chamar a atenção do seu coroa... to ligado bandido... também tenho filho ‘aborrecente’. De positivo mesmo foi a atitude do pai desse malvadão das quadras... do bad boy do Sindijorzão...
Contrariando o que dizem, sabe aquela coisa do tal pai tal filho, a sapiência entrou em quadra... não bem entrou, mas sussurrou do alambrado diretamente para o juju da partida: “ei juju... perdoe meu filho, ele não sabe o que faz”. E olha... vou ser sincero, domingo, na Páscoa, eu aqui no hospital não parava de lembrar desse momento... chorei muito... é... acho que esses medicamentos me deixaram meio coração mole... sei lá...
Depois de todo esse circo... começa o segundo tempo. O terror. A verdadeira desgraça pra mim.
Quando tudo parecia decidido, não é que o Sensacionalistas resolve jogar? Lá estavam os guerreiros em quadra: Filipi de goleiro linha, Lucas, Fábio, Franklin e Regis. Os caras empataram o jogo! Essa formação buscou um resultado adverso de 7 a 2. O jogo acabou 7 a 7! Ali eu já não sentia direito minhas pernas, suava frio, meu braço esquerdo amortecia e eu quase caguei nas calças.
Ainda assim, consegui ver os pênaltis: 5 a 4 Sensacionalistas. E foi sensacional. A melhor partida que eu presenciei na história do Sindijorzão.
Apesar do meu estado nada lúcido, lembro que o goleiro do Sensacionalistas, mais conhecido como Rogito, é um verdadeiro pegador de pênalti. Se não me falha a memória, e raramente falha, em 2013, no título do seu time, ele pegou duas cobranças na final. Agora na semi, o tal do Taffaroger pegou dois de novo!
É... depois desse furacão todo... enquanto a galera comemorava, comentava isso, comentava aquilo, tive que sair de fininho, pois não estava bem... não estava me aguentando! Uma sensação ruim... e descer aquelas escadas da Stark foi uma terapia... até controlando a respiração eu estava...
Como já disse: entrei no banheiro e não lembro mais de nada... acordei no hospital.
Meus caros, foi por isso que desapareci. Não tinha como entrar em contato. “Parece” que foi grave.
Hoje que consegui pegar o telefone e fazer umas ligações, para saber de tudo que ocorreu naquele fatídico dia.
Sabendo que os caras do Che são os mais fofoqueiros, entrei em contato com Manolo que me passou algumas coordenadas. Segundo o cartola, houve mais emoção na rodada. No jogo Confraria x Jornalismorreu, mesmo um desfalcado do seu goleiro e o outro do seu artilheiro, houve tensão e disputa acirrada pela vaga na final. E deu Confraria! Que fará a clássica final do Sindijozão com o Sensacionalistas.
No feminino, o time das Sensacionalistas, por mais incrível que pareça, esteve, por dois minutos, na final do torneio. Elas viraram o placar para 3 a 2 sobre as Arsênicas! Time que pela primeira vez esteve perdendo uma partida na competição! Mas não se abalaram e meteram 5 a 3, colocando as Bandnets, atuais campeãs, que bateram a Dasjor/Gazeta, novamente na final.
Bom... e agora farei mais uma importante revelação...
“Jornaldo, já chega, pare de escrever. Você precisa descansar”.
Essa é minha enfermeira. Ela me adora. Graças a ela consegui escrever esse texto. Disse que hoje é Dia do Jornalista. Um dia de luta. Um dia de resistir, de lembrar, de valorizar. E como eu tive bastante tempo pra refletir aqui no hospital...
“Calma aí neném... já paro de escrever e vou aí cuidar de você”.
“Jornaldo, não é brincadeira. Se o médico aparecer aqui, eu vou pra rua! Acabe agora com isso, por favor”.
Nada como obedecer a ordem de uma mulher... elas adoram! Vou mandar isso por email para o Sindijor. Aí já aproveito e confirmo minha presença no Churrasco dos Jornalistas. Até irei convidar minha enfermeira pra me acompanhar. E nem que seja na maca, lá estarei...
É... acho que a revelação vai ficar para a próxima, se vivo estiver...
Porque é como diz meu nobre aprendiz Nelson Rodrigues: “os heróis morrem em combate. Não dá tempo ao destino de flagrá-los na cama ou na cadeira de balanço!”.
E o jornalista está sempre em combate.
Que venham as finais...