O jornalista e professor universitário Renan Colombo estudou em seu doutorado, defendido na Universidade Fernando Pessoa, em Portugal, o fenômeno da desinformação nos tempos atuais. Ele explica que as “fake news” consistem em informações falsas, distorcidas ou descontextualizadas que, quando têm um teor político, geralmente visam ao favorecimento ou ao desfavorecimento de um candidato ou de uma visão política. “As fake news cresceram muito no contexto das redes sociais, que permitem a propagação de mentiras em uma velocidade muito grande, quase instantânea, tornando mais eficiente a difusão dessa desinformação e fazendo com que seja mais difícil combatê-la”, conta o professor.
Como identificar
Entre as dicas para evitar ser vítima de uma fake news, o professor destaca ser necessário ficar atento a manchetes sensacionalistas que trazem notícias não repercutidas por outros veículos de comunicação.
Afirma, também, que o acesso às agências de checagem é uma forma altamente eficaz para não ser enganado por notícias falsas. “Uma atitude que podemos ter é ir até o Google ou aos motores de busca e digitar informações referentes àquele boato. Existe uma possibilidade grande de encontrá-lo desmentido: agências de checagem de fatos costumam desmentir boatos, então, nelas, podemos encontrar se é verdade ou não, se está contextualizado ou não”, sugere.
O professor conta que vários estudos, inclusive seu doutorado, revelam que políticos têm um papel muito relevante como propagadores de desinformação. Ele descobriu que, entre todos os mitos e boatos referentes ao contexto eleitoral no Brasil, o que mais se destacou foi a teoria conspiratória de que as urnas eletrônicas não eram seguras e de que não haveria lisura no pleito. Embora sua pesquisa tenha sido direcionada às eleições presidenciais de 2018, ele identificou a intensificação desse boato em 2022.