Israel e Palestina: FIJ apela à UNESCO para proteger jornalistas

Bruxelas, 13 de Outubro de 2023 –Desde a eclosão do conflito armado entre o Hamas e Israel, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) tem mantido um diálogo constante com a sua afiliada palestiniana, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS), que organiza jornalistas no Faixa de Gaza, além de estar em contato com jornalistas israelenses. A FIJ e as suas afiliadas em todo o mundo apelam à Unesco para que faça tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os jornalistas e exija que as partes em conflito diminuam a escalada da violência, o que só resultará em vítimas civis, especialmente jornalistas.

Desde 7 de outubro de 2023 e o primeiro ataque do Hamas, milhares de civis palestinianos e israelitas foram mortos, incluindo jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social. Entre eles, a FIJ contabiliza muitos colegas que foram mortos, feridos ou sequestrados. Na noite de 13 de outubro de 2023, o exército israelita pediu a mais de um milhão de palestinianos no norte da Faixa de Gaza que se deslocassem para o sul do território, a fim de realizarem ações militares. A FIJ está preocupada com as consequências para civis e jornalistas. A FIJ apela, portanto, a ambas as partes em conflito para que respeitem o direito humanitário internacional e a Carta das Nações Unidas.

A FIJ, a Confederação Sindical Internacional e a Uni-Global, que representa mais de 220 milhões de trabalhadores em todo o mundo, apelam aos seus membros para que expressem a sua solidariedade para com os trabalhadores da região afetada por este conflito.

Além disso, a FIJ, a única organização profissional que representa jornalistas nas Nações Unidas – como tem feito desde 1953 – apela solenemente ao Diretor-Geral da UNESCO, a agência das Nações Unidas responsável pela proteção e segurança dos jornalistas, a fazer todo o possível para garantir que os jornalistas da região, nacionais e estrangeiros, possam cumprir a sua missão de informar o público com total segurança. Segundo a PJS, atualmente nenhum jornalista estrangeiro faz reportagens a partir da Faixa de Gaza ou tem acesso para entrar na região para cobrir este conflito. Apenas os jornalistas palestinos podem informar sobre o que está acontecendo. É, portanto, urgente que as Nações Unidas e, em particular, a UNESCO protejam estes jornalistas e os seus direitos e mantenham o seu acesso à Internet e a outras comunicações para que possam informar a população palestiniana local e o mundo sobre a guerra em Gaza.

Além disso, a luta contra a desinformação é um dos pilares da Carta Global de Ética para Jornalistas da FIJ , que deve continuar a ser a espinha dorsal dos princípios profissionais dos jornalistas; estar bem informado é um dos primeiros direitos do cidadão.

Finalmente, a FIJ e os seus formadores de segurança da PJS no terreno tiveram em conta a situação particular das condições de trabalho dos jornalistas na Faixa de Gaza, atualizando os seus conselhos de segurança e apelando a todas as redações – especialmente os empregadores – para protegerem os seus repórteres no terreno.