Frente em Defesa da TVE de Ponta Grossa fará audiência pública no dia 17

O objetivo do grupo formado por entidades profissionais, servidores públicos, professores e vereadores é expor à sociedade a importância e utilidade da emissora pública

Uma reunião aberta realizada nesta terça-feira (08) em frente à Câmara Municipal de Ponta Grossa – uma vez que a direção da Casa Legislativa não autorizou o uso do Plenário – marcou a criação da Frente em Defesa da TV Educativa de Ponta Grossa (TVEPG). Representantes de diversas entidades profissionais, servidores públicos, professores e vereadores integrantes da Comissão de Educação e Cultura estiveram presentes. A primeira ação confirmada pelo grupo será uma audiência pública, no próximo dia 17, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e respeitando os protocolos de segurança sanitária.

Além da audiência pública, a Frente em Defesa da TVEPG também está organizando uma agenda de atividades, debates e irá elaborar uma proposta de gestão pública com transparência para a emissora, que será apresentada à população da cidade.

Em nota, a coordenação da Frente enfatiza que a atual administração de Ponta Grossa quer extinguir a TVEPG, alegando que vai economizar R$ 2 milhões por ano - o que não confere com os indicadores financeiros. "A população precisa entender que acabar com a emissora pública deve ter outro objetivo, pois a prefeita não pode demitir trabalhadores e, portanto, os custos com a folha de pagamento permanecem", explica a coordenação da Frente.

De acordo com dados do Portal da Transparência coletados pela página 'PG Transparente', a Prefeitura já preparou um orçamento de R$ 4 milhões durante 12 meses para gastar com publicidade. Valor duas vezes maior ao indicado pela administração municipal no gasto com a TVEPG. Neste valor licitado estão divulgações em diversos meios de comunicação, como televisão e rádio. O recurso irá, em partes, para emissoras privadas da cidade.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), membro do Conselho de Curadores da TV Educativa de Ponta Grossa, se soma à frente em defesa da emissora e manifesta preocupação com os trabalhadores da TVEPG, o que inclui jornalistas, bem como com a política de desmonte e que busca atacar o direito à informação dos cidadãos e das cidadãs.

Para o vice-presidente regional do SindijorPR e membro do Conselho de Curadores, João Guilherme Castro, a proposta de extinção da TVE é mais um marco do projeto de acabar com serviços municipais que atendem a população ponta-grossense. "A prefeita não cumpre acordos firmados com entidades. Não é só na TV, mas é também na Cultura, na Saúde e em outros setores da cidade que a prefeitura ataca os serviços e a população. Compromissos firmados na eleição e que agora não são lembrados", sinaliza.

A TVEPG tem mais de 21 anos de serviços prestados à comunidade, já chegou a contar com 54 profissionais que trabalhavam para colocar no ar dois telejornais diários e programas de interesse comunitário, além de possuir alcance regional. Entretanto, atualmente, apesar do investimento em equipamentos já efetivado para migração do sinal analógico para o digital, a emissora está há quase dois anos sem telejornal.

Mesmo diante das dificuldades impostas pela falta de interesse em manter a emissora no ar, foi graças à TVEPG que os alunos das escolas da rede pública de Ponta Grossa puderam ter acesso às aulas durante o afastamento imposto pela pandemia de Covid-19 por meio do programa ‘Vem Aprender’ – o que é só uma amostra do potencial que a emissora tem.

Crédito da fotografia: Sérgio Gadini