SindijorPR participa do 3° Seminário Unificado de Imprensa Sindical. O encontro é organizado pelo Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora e acontece em Florianópolis-SC, de 23 a 35 de setembro.
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Na manhã desta quinta-feira, 24 de setembro, durante o 3º
Seminário Unificado de Jornalismo Sindical, os jornalistas Breno Altman e
Gustavo Gindre falaram do atual contexto de trabalhar com comunicação no país:
o uso das redes sociais como propagação de informação.
Para Gustavo Gindre, no contexto em que vivemos as redes
sociais são um problema grave para o jornalismo. Com o uso das redes sociais, o
papel de mediador da informação não é mais do jornalista, mas de algoritmos. “Facebook,
google e outras redes sociais têm
mediação por máquinas, que mapeiam comportamentos e te oferecem mais do mesmo”,
diz o jornalista que é Mestre em Comunicação e Cultura.
Ele exemplificou que quando há a interação, não interessa se
você está criticando ou elogiando, se você gosta ou se você odeia. O sistema
vai te oferecer sempre os mesmos temas e outros relacionados para consumo,
porque desperta seu interesse e te mantém conectado naquele lugar.
“Os usuários de redes sociais geram e produzem valor para
alguém. Esse valor é apropriado de forma privada. Estamos trabalhando para eles”,
explica Gustavo a lógica do uso do facebook.
Ele finaliza que esse é um novo desafio: a comunicação nas
redes sociais com critério que não é ideológico, é de tempo de retenção naquela
página. “Na globosfera estamos flertando com a lógica da agitação e propaganda,
sem compromisso com a realidade, não constituindo alternativas. Isso não é
jornalismo. O jornalismo precisa assumir o papel da mediação”, Conclui Gustavo
Gindre.
Janela de
oportunidades. Que está se fechando.
Para Breno Altman, jornalista do site Ópera Mundi,
direcionado a reportagens internacionais, vivemos numa janela de oportunidades,
com novas tecnologias que permitem a mais grupos construir meios de informação.
Em contrapartida, ele defende que estamos num momento de
percepção democrática ilusória com a internet. “O jornal nasce democrático e se
transforma em concentrado e classista. A internet sofre o mesmo processo de
concentração, mas ainda é possível fazer essa disputa”, convoca.
Ele também aponta o uso das redes sociais como desafio. “A
blogosfera tem uma experiência limitada. Alguns sites jornalísticos de esquerda
até tem uma audiência razoável, mas ser a alternativa ainda é um consolo”.
Altman alerta para que o jornalismo contra hegemônico não se torne anti
hegemônico, que é o jornalismo ruim, só de agitação e propaganda.
Altman relembrou aos participantes que nos anos 1980 e 1990,
o maior grupo de comunicação do país era a soma de todos os jornais sindicais.
E que hoje se produz muito menos.