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23/09/2015

Com silêncio patronal, jornalistas aprovam reajuste de 8,34

Com silêncio patronal, jornalistas aprovam reajuste de 8,34
Leandro Taques

Depois de os patrões adiarem duas reuniões e ignorarem o último pedido de negociação do SindijorPR, em Assembleia Geral os jornalistas aprovaram proposta de reajuste salarial para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2015/2016. A decisão foi tomada ontem (22) em Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel. Por maioria, a categoria aceitou a reposição da inflação de 8,34%, com retroativo a maio, de acordo com a proposta apresentada pelos sindicatos patronais nas mesas de negocição com o SindijorPR.


“Os empresários se negam a negociar, e insistem no retrocesso dos direitos dos trabalhadores, tirar hora extra, reduzir piso… Com a falta de diálogo, os jornalistas não tiveram outra opção frente ao momento econômico que passa o Paraná, já que mês após mês a defasagem salarial aumenta e o valor de compra do salário diminui”, diz Gustavo Vidal, diretor-presidente do SindijorPR.


O silêncio dos empresários reforçou a falta de respeito com os jornalistas, que são a sustentação das empresas de comunicação. Sem reajuste digno e em um cenário de perseguições e demissões, os empresários aplicam a política ‘anti-crise’ contra os trabalhadores que acabam por pagar as contas da má gestão. Cenário este que se repete em vários estados brasileiros.


Próximos passos


Mas a batalha continua. Os jornalistas traçaram como estratégia seguir presionando os empresários em relação à itens específicos da pauta. Neste cenário, a categoria vai intensificar a campanha do BASTA com a distribuição de camisetas, materiais e mais mobilizações focando nas ações arbitrárias de demissões e assédio moral.


Junto a isso, a campanha salarial de 2016 será antecipada para fevereiro, com a realização de plenárias locais. A ideia é reunir jornalistas para construir coletivamente as demandas para a Pauta de Reivindicações de 2016.


Com as propostas em mãos, será realizado um Seminário Estadual em março para aprovar a proposta oficial do SindijorPR. Nessa atividade, também será apresentado e aprovado todas as ações da campanha salarial, além de programada as mobilizações da categoria.


Acordos em separado


Outro ponto de pauta da Assembleia foram os acordos em separado. Os jornalistas definiram critérios para realização de acordos individuais, que defendam toda a categoria, mesmo que seja com empresas específicas. “O que se definiu é uma posição única de que o Sindicato é contra o rebaixamento da CCT”, explica Gustavo.


Nesse sentido, ficou definido que o acordo só será discutido se a empresa tiver seis ou mais jornalistas. “Não será possível realizar banco com cinco ou menos profissionais já que estes não compensarão as horas, pois como a equipe é reduzida é impossível a compensação. Se isso acontecer, os trabalhadores que ficam serão sobrecarregados,acumulando funções”, reforça.


Todo acordo deve ser negociado com o SindijorPR e aprovado por assembleia geral (específica ou não), decretou a assembleia. Ou seja, os acordos podem ser avaliados por todos os jornalistas, já que a prática de acordos incentiva as demais empresas a procurarem o sindicato para propor acordos específicos. “O prejuízo não é só à jornalista da empresa, mas toda categoria, diz Gustavo Vidal.


Outro importante apontamento aprovado pelas assembleias é o de condicionar a assinatura de acordos à inclusão de cláusulas que garantam postos de trabalho e que impeçam a exclusividade, colocando esses pontos na campanha salarial e na CCT 2016.

Autor:Comunicação SindijorPR
Gralha Confere TRE