Contra privatização, sindicatos fazem assembleia para deliberar estado de greve

O SindijorPR participou hoje (11/12) da assembleia geral extraordinária para discutir o risco de privatização da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Realizada por teleconferência, a assembleia foi unificada com as categorias representadas pelo Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento do Paraná (SAEMAC), Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná (SINDASP) e Sindicato dos Profissionais da Química do Estado do Paraná (SIQUIM-PR). Na ocasião, foi aberta a consulta sobre a decretação do estado de greve pelos trabalhadores da Sanepar. A votação segue até às 18 horas desta quinta-feira (12/12) pelo link.

Logo na abertura da assembleia o presidente do SAEMAC, Rodrigo Picinin, expos as preocupações decorrentes das notícias e informações oriundas da Assembleia Legislativa do Paraná que chegaram ao coletivo sindical de trabalhadores da Sanepar. “Precisamos fortalecer a classe trabalhadora do saneamento para a manutenção do seu emprego e renda, mas também porque temos uma grande preocupação quanto à manutenção da Sanepar como empresa pública para a qualidade do saneamento público no Paraná”, expôs.

Além dos Sindicatos que integraram a assembleia unificada, outros também realizaram o mesmo movimento de forma simultânea. “Precisamos agir de forma organizada porque vimos o que aconteceu com a Copel, em que muitos trabalhadores foram prejudicados, o que pode acontecer do mesmo modo com a Sanepar. Este é um momento importante e temos que mostrar que a classe trabalhadora está organizada e combatente”, manifesta a presidenta do SindijorPR, Aline Reis.

A privatização recente da Celepar e Copel, inicialmente refutada pelo governo do Paraná, também foi lembrada pelo presidente do Siquim-PR, José Carlos dos Santos. “O que este governo faz ou fala não se escreve, por isso estamos fazendo esse movimento de forma organizada entre todos os trabalhadores que veem com preocupação a venda de mais uma empresa pública do Paraná. A Sanepar é importante para todos, não apenas pela tarifa social, mas por levar saneamento de qualidade, bem como serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto para todo o Estado”, considera.

Para a diretora de Defesa Corporativa do SindijorPR, Aline Rios, o coletivo precisará de estratégias para lidar com o caos informacional que o governo promove para iludir a opinião pública. “O Governo costuma negar [as privatizações], não assume suas posições publicamente e politicamente e, de repente, quando a gente vê, a questão já está tramitando de forma avançada e pouco se consegue fazer”, registra.

Os participantes da assembleia refletiram ainda sobre o que aconteceu recentemente com a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que já tem gerado impactos sociais e pode servir de parâmetro sobre o risco que paira sobre a Sanepar.