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24/09/2024

Sindijor integra reunião para cobrar medidas após abordagem truculenta a estudante de jornalismo

Sindijor integra reunião para cobrar medidas após abordagem truculenta a estudante de jornalismo
Foto: Josué Teixeira/ GM Ponta Grossa

Em solidariedade ao estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Daniel Américo, que está no espectro autista e foi alvo de uma abordagem truculenta ao registrar uma ação da Guarda Municipal no centro da cidade no último domingo (22/09), o SindijorPR participou hoje (24/09) de reunião para discutir medidas sobre o caso na Secretaria de Segurança Pública de Ponta Grossa. Além do Sindicato, compareceram representantes dos estudantes, do curso de Jornalismo e da Universidade. Na ocasião, a secretária de Segurança Pública, Tânia Maria Sviercoski Pinto, anunciou a instauração de uma sindicância para que o caso seja apurado com rigor e transparência.


A intimidação foi registrada em vídeo gravado pelo estudante, em que é possível ver que um dos guardas municipais inclusive chega a colocar a mão na arma por mais de uma vez, o que evidencia o risco para quem se dedica à atividade de imprensa nas situações de apuração que envolvem agentes de segurança pública. Também são notórias as manifestações dos agentes ao questionar o estudante utilizando-se de expressões estigmatizantes de cunho político e heteronormativo.


A atividade jornalística, no interesse do direito público à informação, é fundamental em sociedades democráticas, sendo que episódios que promovam cerceamento ou censura só são compatíveis com estados em que as liberdades estão comprometidas por força de regimes ditatoriais. Qualquer ato de intimidação é, portanto, reprovável e preocupante, mesmo que direcionado a estudantes de jornalismo. Posicionamento que também é reiterado pelo Sindijor Norte Paraná e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).


Durante a reunião, a coordenação do curso de Jornalismo expôs que somente a UEPG possui 120 estudantes que rotineiramente realizam atividades práticas de cunho jornalístico pela cidade, o que os expõe lamentavelmente a situações como a vivenciada por Daniel. Também ocorreram manifestações sobre a maneira como foi conduzida a abordagem, que destoa dos padrões aceitáveis para qualquer pessoa, independente de se tratarem ou não de estudantes de jornalismo ou jornalistas.


O SindijorPR destacou que desde 2017 já foram registrados cerca de 100 casos de violência contra jornalistas e estudantes de jornalismo no Paraná, sendo a maioria no contexto de cobertura política ou de segurança pública. Nessas situações, costumam ocorrer além de detenção ou prisões arbitrárias, retenção ou destruição de equipamentos, intimidação, agressões e até mesmo coação para a inutilização de arquivos em áudio e vídeo – o que dificulta a apuração e posterior responsabilização por eventuais abusos.


Sindicância


Acompanhada pelo Comando da Guarda Municipal e da Assessoria de Imprensa do setor, a secretária de Segurança Pública Tânia Maria Sviercoski Pinto lamentou a ocorrência e anunciou a instauração de sindicância para apurar o caso. “Essa situação será apurada com todo o rigor e transparência, com resultado público, para que não reste dúvida sobre nosso esforço. Não concordamos com essa forma de abordagem e, inclusive, promovemos ações de formação contínuas para que essas situações não ocorram”, expressa.


Ainda durante a reunião foi debatida a realização de uma atividade a ser oferecida aos estudantes de Jornalismo, para que estes recebam informações sobre os protocolos de segurança utilizados pela Guarda Municipal. As entidades envolvidas também fornecerão documentos para subsidiar ações de formação da Guarda Municipal com vistas ao respeito à atividade jornalística, à liberdade de imprensa, ao direito à informação e à diversidade.


O estudante vitimado pela situação está recebendo apoio de órgãos internos da Universidade. O SindijorPR irá contribuir com os esforços coletivos e seguir acompanhando a situação.

Autor:SindijorPR
Gralha Confere TRE