Jornalistas entregam contraproposta à E-Paraná e cobram governo do estado

Representantes dos jornalistas contratados da E-Paraná Comunicação (EPR) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) entregaram nesta sexta-feira (30/06), à direção da empresa (serviço social autônomo), contrapropostas para acordo coletivo de trabalho (ACT) e de negociação sobre ação movida pelos empregados na Justiça do Trabalho. Os representantes da EPR ficaram de analisar a proposta e dar retorno à categoria no prazo de 10 dias úteis.

As contrapropostas entregues pelos jornalistas é uma resposta às propostas apresentadas pela direção da EPR em 06/06/2023. Reunidos em assembleia no último dia 24/06, os jornalistas recusaram as propostas, por não atender minimamente os direitos reivindicados, e decidiram apresentar uma contraproposta em busca de acordo que possa reduzir perdas.

“O edital da EPR foi publicado em 2017 e até hoje os jornalistas que prestam serviços para o serviço estatal não receberam reajuste. São cinco anos sem reposição das perdas inflacionárias. Se o valor do salário da época do edital tivesse sido reajustado anualmente, hoje o menor salário dos jornalistas seria R$ 4.655,59. O valor proposto pelos jornalistas acarreta enormes perdas, mas a categoria não teve saída diante do que o governo vem impondo. Os jornalistas e as jornalistas já não suportam mais a redução de poder aquisitivo, não conseguem cumprir compromissos financeiros básicos, como moradia, transporte, saúde, educação. É lógico que, diante das tentativas sem sucesso de acordo que pudesse amenizar os danos, os jornalistas não viram outro caminho senão entrar com uma ação judicial. Esperamos que a EPR e o governo do estado, que é responsável por mantê-la, tenham consciência da injustiça que cometeram com seus funcionários nos últimos anos. Esperamos que a nossa contraproposta seja aceita, o que seria uma reparação parcial”, diz Silvane Maltaca, jornalista contratada da EPR e diretora de comunicação do SindijorPR.

De acordo com cálculos do Dieese, as perdas salariais dos jornalistas da E-Paraná hoje, em decorrência da inflação, com base no INPC desde 2017, chegam a 37,54%.

O SindijorPR ressalta que o governador Ratinho Junior (PSD) e o secretário de Comunicação, Cleber Mata, precisam corrigir a distorção nos salários dos jornalistas da E-Paraná, que são os únicos no estado que não recebem nem mesmo piso salarial da categoria.

O SindijorPR lembra ainda que, em reunião com representantes da entidade e dos jornalistas empregados da E-Paraná, em 12/04, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, o diretor-geral da Secretaria de Comunicação Social do Estado do Paraná (Secom), Eduardo Pugnali, se dispôs a estudar possibilidades de soluções para os problemas enfrentados pelos profissionais de jornalismo, além de medidas para melhorar a comunicação pública do governo do Estado.

“A boa vontade que o governo do estado expressou só terá efeitos práticos com medidas concretas. Esperamos essas medidas”, pondera o presidente do SindijorPR e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), jornalistas Célio Martins.