Redução do contrato, que poderia chegar a 40%, deve ser de 15%
Depois de pressão realizada pelos trabalhadores dos veículos de comunicação do Senado, em parceria com os sindicatos dos jornalistas e radialistas do DF e a Associação dos Profissionais de Comunicação do Senado (Comsefe), a mesa diretora do Senado Federal acordou, em reunião realizada na última quinta-feira (15), a redução de cortes no contrato da área de comunicação celebrado com a empresa Plansul de 40% para 15%.
A medida foi anunciada pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. Ele alegou que a redução do contrato dos terceirizados da comunicação da casa é necessária porque o órgão quer investir em tecnologia. “Entre os contratos de terceirizados, o da área de comunicação é o segundo maior da casa. A redução de 15% significa a economia de 5 milhões por ano. Assim daremos fôlego para modernização”, declarou Calheiros.
Mobilização
Há dois dias, o Sindicato dos Jornalistas do DF se posicionou contrário a qualquer tipo de corte de funcionários dos veículos de comunicação da casa (Veja aqui a nota de repúdio divulgada pelo SJPDF). O que está em jogo é a renovação de contrato de funcionários terceirizados na área de comunicação, que totalizam 320 trabalhadores. O SJPDF também alertou nesta quarta-feira, 16/5, para o impacto dos cortes, que iriam desde a redução da cobertura das comissões até o cancelamento de programas (Veja matéria aqui). O corte de 40% significaria o desmonte, especialmente da TV Senado (onde estão 212 dos 320 trabalhadores terceirizados), o que diminuiria a transparência da casa junto à sociedade.
Além de se posicionar por meio de notas e matérias, as entidades também se uniram aos trabalhadores para buscar apoio dos senadores e para realizar mobilizações dentro da casa. Nesta quinta-feira, parlamentares como Benedito de Lira (PP-AL), Ana Amélia (PP-RS), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Rubem Figueiró (PSDB-MS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Lídice da Mata (PSB-BA) se manifestaram contra as demissões. (Confira mais sobre o assunto aqui)
Segundo Jonas Valente, coordenador-geral do SJPDF, a mobilização dos trabalhadores e das entidades de representação da categoria foi determinante para a diminuição dos cortes. “Conseguimos sensibilizar os parlamentares e a nossa pressão impediu que o corte fosse maior. Somos contrários a qualquer tipo de corte, no entanto, com o cenário que se apresenta, foi uma ação importante", afirma.
Os sindicatos dos jornalistas e radialistas do DF vão agora dialogar com a direção da Secretaria de Comunicação para discutir o corte no contrato e buscar formas de minimizar os impactos. "Vamos estudar os contratos e vamos lutar agora para que o corte na renovação gere o menor número de demissões possível e não prejudique a qualidade da cobertura dos veículos”, afirma Fábio Varela, diretor do SJPDF.