Tempos de Luta: A histórica greve dos jornalistas do The New York Times

New York Times Walks Out

Começamos com um relato recente. No dia 8 de dezembro do ano passado, jornalistas do The New York Times cruzaram os braços, em uma paralisação de um dia com a participação da maioria dos trabalhadores do local. Na primeira mobilização deste tipo em 40 anos, não apenas repórteres, fotógrafos e outros trabalhadores da redação, mas também assistentes editoriais, seguranças, especialistas em TI e muitos outros interromperam as atividades.

A principal reivindicação: um contrato justo de trabalho, com direitos e remuneração adequada. Motivos pelos quais mais de 1.100 trabalhadores abandonaram a empresa naquele dia.

Conforme o sindicato The NewsGuild, os operários da notícia do badalado jornal estadunidense são trabalhadores mal pagos, com remunerações insuficientes para o custo de vida em Nova York.

A luta contagiou. Não só dirigentes sindicais levaram apoio aos profissionais do New York Times, mas também muitos leitores. Estavam todas e todos lá, em solidariedade.

Apesar dos lucros recordes, a administração do Times continua a se recusar a aumentar os salários-mínimos para os empregos com salários mais baixos da empresa ou a reconsiderar seu sistema discriminatório de avaliação de desempenho. A greve de 24 horas foi a maior notícia do dia, então, o próprio Times publicou um artigo sem assinatura sobre o movimento.

O episódio marca a nossa história recente, evidenciando que mesmo no coração do capitalismo mundial, nos postos mais disputados, de elevado status profissional e com evidentes sinais de perseguição laboral, quando todas e todos querem, quando o coletivo fala, a luta triunfa!

Agora, nossos colegas do Times estão de volta à mesa de negociações. A luta recomeçou!

“’Nós fazemos o jornal, nós fazemos os lucros!”, a multidão cantou.

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*Rafael Mesquita - Mestre e doutorando em comunicação pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC). É presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e secretário de mobilização salarial da Fenaj.