A repórter fotográfica Marlene Bergamo, da Folha, foi agredida na madrugada de quarta-feira, 2. A jornalista estava perto de um prédio que tinha acabado de ser invadido por sem-teto em São Paulo. Ela se identificou como profissional da imprensa, mas foi atingida por uma bala de borracha disparada pela polícia militar.
De acordo com as informações da Folha, Marlene estava em outro evento na mesma rua. Quando notou a confusão, se aproximou para entender o que estava acontecendo. A repórter levantou as mãos e disse aos policiais que era jornalista, mas um dos PMs atirou contra ela à queima-roupa. Marlene foi atingida na barriga. Ela foi levada ao hospital, sendo liberada em seguida.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que "apura eventuais excessos na conduta dos policiais e, caso constatado, providências cabíveis serão tomadas".
Por meio das redes sociais, diversos amigos prestaram solidariedade à profissional da Folha. O site Jornalistas Livres iniciou abaixo-assinado contra a repressão policial à imprensa. "Nós todos, fotógrafos, jornalistas, comunicadores e brasileiros nos encontramos indignados, nesse feriado de Finados, com a notícia da agressão à fotógrafa Marlene Bergamo, que, em exercício da profissão e em seus plenos direitos, foi agredida propositadamente, ferida à bala de borracha", diz o texto.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se pronunciou, considerando o caso como absurdo e covarde. "Mais uma vez, a PM paulista e seu comando mostram incapacidade de atuar nos limites do estado democrático de direito. Não é a primeira vez que agridem deliberadamente um profissional da imprensa, violando o direito à informação e a liberdade de expressão". A associação exigiu que o responsável pelo disparo da bala seja rapidamente identificado e enfrente as sanções cabíveis.