Em reunião de mediação realizada hoje no Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o jornal Hoje em Dia não garantiu e o pagamento do salário e das verbas rescisórios dos 36 jornalistas demitidos nesta semana. Também não garantiu o pagamento do salário dos trabalhadores da ativa, que vencem amanhã, quinto dia útil. Em função desse impasse, foi agendada uma reunião para a segunda-feira, 7/3, às 18h, para que a empresa apresente uma data precisa do pagamento das rescisões e o comprovante do pagamento dos salários. A proposta da mediação da SRTE é que, caso não haja condição de quitar as dívidas com os trabalhadores até o dia 10, as rescisões sejam temporariamente suspensas e esse intervalo seja contabilizado como dias de trabalho.
Na reunião, que contou com a presença dos jornalistas demitidos, o Sindicato relatou todos os abusos cometidos pelo jornal, como demissões por telefone e de pessoas em férias, pressões para que os avisos fossem assinados com data retroativa e até mesmo o deslocamento do RH até a casa dos trabalhadores para efetuar as dispensas.
A mediação demonstrou preocupação com o histórico do grupo que assumiu recentemente o jornal de demitir sem quitar verbas rescisórias e lembrou as dezenas de ações que ele responde na Justiça por causa de débitos trabalhistas com os professores, fato que já relatado ao Sindicato dos Jornalistas pelo Sindicato dos Professores. O grupo do prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, é apontado como o novo proprietário do jornal, conforme reportagem veiculada no dia 24/2 pelo jornal O Tempo, empresa que imprime e distribui o Hoje em Dia.
A reunião também iria discutir o atraso do adiantamento de salário e o não pagamento em dia do abono de férias, mas, diante do impasse em relação aos salários, a mediação da SRTE sugeriu que esta discussão fosse deixada também para a próxima segunda-feira. Caso haja impasse, o Sindicato vai pedir imediata fiscalização para a comprovação de todas as irregularidades trabalhistas que vêm sendo cometidas pelo Hoje em Dia. Todas as irregularidades serão alvo de ações na Justiça.
O Sindicato pede a colaboração de todos os colegas jornalistas para que essas irregularidades sejam denunciadas nas redes sociais para pressionar o grupo a honrar com duas dívidas. O clima de abatimento e apreensão é grande. Muitos dos demitidos enfrentarão dificuldades econômicas, caso não sejam pagos os salários de fevereiro e as verbas rescisórias.
Na reunião, a empresa deu a entender que só vai pagar o salário de fevereiro para os demitidos junto com a rescisão. Como não há garantia da quitação da rescisão, muitos podem ficar até mesmo sem o salário de fevereiro, apesar de terem trabalho do primeiro ao último dia do mês.
O Sindicato dos Jornalistas e o Sindicato dos Professores têm um encontro agendado para troca de informações sobre processos envolvendo o grupo de Ruy Muniz e suas empresas.