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04/05/2015

Basta: Jornalistas fizeram ato público na Feira do Largo

Basta: Jornalistas fizeram ato público na Feira do Largo
Jornalistas e a sociedade querem dar um BASTA na mordaça aos trabalhadores (*Foto: Joka Madruga)

Jornalista com mordaça, sociedade cega. O tom é sério, como o momento exige. Os passos vão lado a lado com os trabalhadores unidos. E dessa forma aproximadamente 150 jornalistas paranaenses caminharam pela tradicional Feirinha, na manhã de domingo (03 de maio). Confira o vídeo aqui


A Feira estava linda, como sempre. O ambiente multicolorido, com feirantes expondo seus artesanatos e a população ambientada ao tradicional domingo no Largo da Ordem, em Curitiba. O diferencial: era Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e, num determinado momento, ao soar do bumbo; uma massa de jornalistas saiu do Coreto – nas ruínas do São Francisco; e caminhou por toda Feirinha. Estudantes e entidades de classe compareceram em apoio ao ato público do SindijorPR, que lançou a campanha "BASTA: Chega de perseguição a jornalista".


Ato Público: Com camisetas pretas e uma mordaça na boca, jornalistas partiram para o dialogo com a sociedade. Com panfletos em mãos e com a palavra de ordem – “BASTA”; ao som de um bumbo tão pesado quanto um maracatu de uma tonelada; a manifestação não só foi respeitada, como em determinados momentos aplaudida pela sociedade Curitiba. Os manifestantes encerraram o ato nas arquibancadas das ruínas.


O que fica, de verdade, é que a população também quer dar um BASTA nos desmandos de grandes grupos econômicos que insistem em restringir o trabalho da imprensa. Todos querem a verdade. Até porque, nos últimos dias a liberdade de imprensa tem sido fortemente atacada.


O maior exemplo é o do jornalista e produtor da RPC TV, James Alberti, que durante investigação sobre o caso de corrupção na Receita Estadual de Londrina; e que também envolve crimes de pedofilia, teve sua morte encomendada. O esquema foi descoberto e o trabalhador se encontra fora do estado.


Não é exceção: Graves problemas contra os trabalhadores da imprensa acontecem em plena democracia. No maior impresso do estado, o Jornal Gazeta do Povo, jornalistas são insistentemente chamados pelas policias Civil e Militar para depor e revelar suas fontes de informação; isso é proibido por lei! E não devemos esquecer que no mesmo jornal, o jornalista Mauri König, teve que sair do Brasil por causa de matéria que investigava.


Em Curitiba, jornalistas foram impedidos de entrar no Tribunal de Justiça do Paraná. Mas o problema não se restringe a capital do estado. No Noroeste do Paraná, em Umuarama, trabalhadores foram proibidos de investigar denúncias contra vereador de uma cidade da região. Em Francisco Beltrão, outro profissional foi ameaçado por empresário. Já no “velho” Oeste, teve jornalista, em Toledo, baleado. Assim como em Foz do Iguaçu, trabalhador foi ameaçado por político dentro da Câmara de Vereadores.


Carta Aberta


E devido a essa realidade que o preto deu o tom na colorida Feira do Largo da Ordem. Pois o Sindijor, ao lado de diversas entidades de classe e empresas de comunicação, foi dialogar com cada cidadão e cidadã do estado. Os jornalistas não querem apenas falar sobre a importância do seu trabalho na vida das pessoas. Querem a sociedade ao lado da verdade. E ela – a sociedade – está.


Era comum ao entregar os panfletos, receber solidariedade das pessoas. Além de perceber que os cidadãos sabiam o que estava acontecendo e, por vezes, explicavam aos curiosos do que se tratava o manifesto. Em resumo, é a sociedade como um todo que quer dar um BASTA na mordaça à imprensa.


Ações: O ato organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor PR) e pelo Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná não será isolado. Faz parte das ações dos sindicatos a favor da liberdade de imprensa. Nos próximos dias, mais manifestações irão acontecer em outras cidades, além da capital – a campanha é permanente. O presidente do Sindijor, Gustavo Vidal, durante a última semana, esteve em Londrina para acompanhar a questão do jornalista James Alberti.


Durante reunião ampliada na sede do Sindijor, no final de abril, foi criado o Comitê Regional de Proteção aos Jornalistas do Paraná, que recém lançou seu site com o objetivo de receber denúncias relativas à liberdade de imprensa. O órgão já realizou encontros com os representantes do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom) e também com o Conselho Editorial da RPC TV. Fazem parte do órgão o deputado estadual Tadeu Veneri, que pertence à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná, Darci Frigo (Terra de Direitos), os Jornalistas Guilherme Carvalho e Elson Faxina e Juliana Mittelbach (CUT-PR).


Também estiveram presentes dirigentes sindicais do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba) e da APP Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná). Os jornalistas declararam apoio aos professores, além de protestar contra o massacre do dia 29 de abril, quando o Centro Cívico da capital paranaense foi transformado em um campo de batalha, com abuso de poder ordenado pelo governador Beto Richa.


Mistério: Durante os últimos dias, algumas estátuas nas praças da capital paranaense amanheceram com mordaça. Essa é uma ação de jornalistas contra os abusos que a categoria vem sofrendo. O Sindijor parabeniza a iniciativa desses misteriosos manifestantes.

Autor:Regis Luís Cardoso Fonte:SindijorPR
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