A diretora do Sindijor, Maigue Gueths, ao lado do jornalista e escritor, Milton Ivan Heller, estiveram na presidência da Câmara Municipal de Curitiba em reunião com o vereador Paulo Salamuni (PV). O objetivo da conversa é estabelecer o compromisso em perpetuar o legado da jornalista Teresa Urban, que morreu no dia 26 de junho deste ano, aos 67 anos. “Tudo que ela participava, ela contribuía. Uma Tereza Urban não aparece nunca mais, insubstituível”, diz Ivan Heller; que iniciou a conversa junto ao Sindijor para homenagear a jornalista.
Nesta manhã (19), na Câmara Municipal, o presidente do legislativo na capital paranaense se comprometeu com o projeto. “O único político que ela se permitiu trabalhar foi comigo”, disse o vereador Paulo Salamuni, que trabalhou com Teresa Urban na defesa das questões ambientais. A princípio as ideias sugeridas foram que Teresa Urban tenha seu nome numa Rua, outra sugestão foi o nome de um Bosque; também foi apontada a proposta de ter uma Escola Pública com o nome da jornalista e ativista.
O Sindijor também pretende homenagear a jornalista e ambientalista com uma obra de arte em sua sede. “Conheci Teresa no movimento de oposição sindical. Depois disso, inúmeras vezes estivemos sempre do mesmo lado em lutas sindicais, pelos direitos dos trabalhadores e em defesa do meio ambiente. Tenho o maior prazer em dizer que trabalhei com a Teresa, tive nela uma grande parceira de lutas. Irá fazer muita falta”, explica Maigue Gueths, diretora do Sindijor.
Prêmio Teresa Urban
A OAB-PR divulgou em agosto deste ano a instituição do Prêmio Teresa Urban, com o objetivo de premiar estudantes que escreverem artigos para tratar da atuação dos advogados no período da ditadura militar. O prêmio será entregue em dezembro, por ocasião do aniversário de 25 anos da Constituição Federal.
História
Teresa Urban nasceu em Curitiba, em 1946, e se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi militante na Ação Católica e em grupos de resistência à ditadura militar, como a AP (Ação Popular) e a Polop (Política Operária). Presa no final da década de 1960, exilou-se no Chile entre 1970 e 1972. Mais tarde, disse ter sido torturada quando foi interrogada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais conhecidos agentes da repressão durante a ditadura militar brasileira.
Iniciou a carreira de jornalista na década de 1970. Trabalhou no jornal semanal "Voz do Paraná", na revista "Veja", nas sucursais de "O Estado de S. Paulo" e "Jornal do Brasil" em Curitiba e no jornal "Folha de Londrina", onde foi diretora de redação. Seu primeiro livro, "Boias-frias — Vista Parcial", foi lançado em 1984. Desde então foram mais de 20 obras. Em 2011, foi uma das personalidades que conversaram com repórteres da Gazeta do Povo na série “Entrevistas”.
Meio ambiente: Teresa Urban foi referencia durante muitos anos na luta por causas ambientais. Por exemplo: mapeou os remanescentes da floresta de araucárias no estado e desenvolveu projetos em conjunto com a Sociedade de Pesquisa da Vida Selvagem (SPVS) e as ongs SOS Mata Atlântica e Mater Natura. Ajudou a criar a Rede Verde de Informações Ambientais. Também atuou no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conam).
Por Regis Luís Cardoso (*Foto: Jefferson Brito de Oliveira).