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23/09/2003

Patrões fazem proposta indecorosa aos jornalistas

Foi simplesmente indecente a contraproposta apresentada pelos patrões aos representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Londrina durante mesa-redonda realizada hoje na DRT. Além de proporem o fim do anuênio (que já é a única forma de escala salarial) e de planejarem aumentar a jornada para sete horas, os donos dos veículos querem o fim do adicional das horas-extras e que os trabalhadores abram mão de recuperar as perdas inflacionárias, que este ano devem somar 17,26%.
Eles aceitam dar um aumento de 5% em outubro e outros 5% (não cumulativos) em janeiro aos trabalhadores que ganhem hoje até R$  1.500,00. Para quem ganha mais que este valor, a idéia é dar um incremento de apenas 5% em outubro. Mas não é só isso: os patrões querem o congelamento do piso salarial nos atuais R$  1.299,23. Diante do acúmulo de pontos desfavoráveis aos trabalhadores, é mais do que necessário que todos os jornalistas filiados se reúnam para debater a contraproposta dos patrões durante a Assembléia que o Sindijor convoca para esta quinta-feira, dia 25, às 19h30 (em primeira chamada), na sede (Rua José Loureiro, 211, Centro). A decisão da Assembléia será apresentada em uma nova reunião no dia 29 (próxima segunda-feira, na DRT), que deve concluir a mesa-redonda.
A mesa-redonda foi pedida pelos jornalistas diante da recusa do sindicato patronal em negociar diretamente com os trabalhadores, que reivindicam, entre outros pontos, a reposição das perdas inflacionárias desde outubro de 2002. A campanha salarial visava antecipar o fechamento do acordo para também apressar o pagamento do reajuste; de forma a que parte do aumento fosse concedida já em agosto. Em vista disso, os sindicatos dos jornalistas apresentaram aos patrões a proposta de antecipação da inflação numa reunião no dia 21 de julho. Apesar de dispor de mais tempo, não houve disposição dos donos dos veículos em negociar. A demora em negociar é uma tentativa dos patrões para desmobilizar a categoria e nos forçar a aceitar a pauta desvantajosa.
O grande risco é que não se chegue a um acordo com os patrões. Caso as negociações não sejam concluídas de forma amistosa, pode ser instaurado um processo judicial, encaminhado à Justiça do Trabalho para que o tribunal decida pelas partes. É o dissídio coletivo, processo longo, penoso e desgastante, que pode retardar por vários meses e até anos a reposição salarial.
Se não for selado um acordo na mesa-redonda, instaura-se o dissídio. Uma audiência é marcada no Tribunal Regional do Trabalho. Oito dos nove juízes votam (o presidente do Tribunal só vota em caso de empate). À decisão do Tribunal Regional cabe um recurso em Brasília, no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Fonte:SINDIJOR-PR - tele-fax (41) 224-9296
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