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12 de junho vai ficar na história. Uma triste história de desrespeito à Imprensa, à população e a liberdade! São Paulo viveu hoje um dia de ditadura padrão Fifa. Aliás, ditadura Fifa/Alckmin.
Além das dezenas de manifestantes que sofreram com a violência da PM paulista, na repressão aos protestos contra a Copa, os jornalistas brasileiros e estrangeiros foram os principais alvos dos policiais.
O objetivo era não permitir a cobertura da repressão. Por isso, a PM paulista agiu com extrema violência contra os profissionais de imprensa, agredindo-os com cacetes, balas de borracha, bombas de gás, spray de pimenta e até destruindo equipamentos de vários jornalistas.
Segundo relato de um fotojornalista que cobriu os protestos desde o começo da manhã desta quinta-feira, a ação da PM foi revoltante. Jornalistas do Brasil e do mundo ficaram estarrecidos com o desrespeito à liberdade de expressão e ao trabalho dos profissionais de imprensa.
Só na capital paulista, mais de 14 jornalistas sofreram ferimentos e tiveram que buscar atendimento médico. Uma repórter da TV CNN, dos Estados Unidos, tirou o capacete para gravar a passagem da reportagem e foi atingida por um tiro na perna e estilhaços nos olhos.
A imagem de um rapaz recebendo spray de pimenta nos olhos, após estar totalmente imobilizado por vários PMs, não é de um manifestante. Aquele é um fotojornalista! Um profissional impedido, violentamente, de fazer o seu trabalho de cobertura.
A imprensa internacional certamente vai apresentar ao mundo o relato deste dia de guerra em São Paulo. Vai mostrar tudo sem cortes, sem censura, sem amenizar a truculência da polícia aos manifestantes e jornalistas.
Já os veículos da imprensa brasileira estão amenizando os protestos e a truculência da PM paulista. Era esperado. Somos a sede da Copa. Estamos sob as regras da Fifa e sob os desmandos de muitos.
O Brasil venceu a Croácia hoje e tudo foi perfeito. O papel da imprensa, pelo menos a nossa, é informar isso. Apenas isso! Não! Eu não aceito esta violação de direitos. E espero que a Fenaj, a Aberje, os sindicatos dos jornalistas de todo o Brasil, inclusive o Sindijor PR, manifestem repúdio a estes atos.
Espero, também, que a OAB e demais instituições que defendem a liberdade de expressão, não se calem diante deste cenário perigoso.
Eu não quero, nunca mais, que aqui seja uma pátria de coturnos!