ARTIGOS
Ontem acompanhei uma das maiores mobilizações de jornalistas que já vi. E digo que me senti representado por esta categoria.
Faço parte da direção do Sindijor e com muita satisfação vi diretores percorrendo redações, locais de trabalho rompendo a intransigência das empresas. Tentaram nos parar, mas não conseguiram.
Aos poucos vamos mudando as atitudes, vencendo o medo e juntando lutadores. E, principalmente, todos enfrentando quem nos agride.
Além da resposta ao piso diferenciado, mero momento de negociação entre empregado e patrão, eu destaco a união. Uma categoria toda junta na luta.
Sempre foi um problema entre os jornalistas estarem ligados a luta de classe, ou ainda se reconhecer como trabalhador. Seja pelo individualismo, pelo medo, as duras represálias. Mas ontem isso tudo foi rompido.
Tomar consciência que o fundamental é integrar a luta foi um desafio, vencido ontem. Todos nós vimos redações lotadas, jornalistas em pauta, parados e aderindo a um movimento legítimo em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Muitos dirão que parar 5 minutos é “hilário”. Eu digo que parar 5 minutos é uma conquista. Somem esses “míseros” minutos e teremos horas.
Tivemos um dia de história.
Como em todo processo de negociação esta foi apenas mais uma fase. Precisamos agora voltar à mesa com os empresários e pautar nossas reivindicações, nossas necessidades e lutar por avanços.
A mobilização foi apenas o início de um processo que é sempre tenso e demorado: romper a intransigência dos patrões.
A união de ontem precisa se transformar na conquista de amanhã. As mobilizações continuarão e, com o apoio dos jornalistas, o Sindijor ganha fôlego para enfrentar as empresas na mesa de negociação.
Vamos em frente!