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02/04/2018

Jornalista sofre assédio em partida entre Iraty x Operário

Jornalista sofre assédio em partida entre Iraty x Operário

Basta de violência contra jornalistas! Este é o apelo que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) realiza depois de, lamentavelmente, adotar providências contra mais um caso de desrespeito contra uma jornalista no Paraná. Em meio à campanha nacional #DeixaElaTrabalhar, que busca combater os casos de assédio contra as profissionais do jornalismo esportivo e que teve repercussão inclusive fora do Brasil, no último domingo, a jornalista e assessora de imprensa do Operário Ferroviário Esporte Clube, Bianca Machado, foi agredida e assediada verbalmente enquanto trabalhava em Irati. O SindijorPR já está prestando assistência à profissional e repudia veementemente mais esse caso de violência no Estado.


A jornalista estava coordenando uma coletiva de imprensa dentro do estádio Coronel Emílio Gomes –após o jogo contra o Iraty Sport Club e válido pela divisão de acesso do campeonato paranaense- quando se tornou alvo dos ataques. Ela relata que mesmo durante a partida já vinha sendo insultada, situação que se agravou quando o grupo de torcedores (homens e mulheres) passou a proferiu agressões verbais, inclusive com conotação sexual, por pelo menos 20 minutos contra ela. “Foi traumatizante. É comum, infelizmente, sofrermos assédio dentro do campo. Mas, essa situação ultrapassou todos os limites aceitáveis. Quero que os responsáveis sejam identificados e punidos para que outras profissionais não tenham que passar pelo que eu passei. Não vou esquecer tão cedo”, desabafa Bianca.


O SindijorPR destaca que já está adotando providências para que o caso não fique impune. “É inaceitável que, em pleno esforço de valorização da atuação feminina dentro do jornalismo esportivo, tenhamos que nos deparar com uma situação como esta. As mulheres, que já enfrentam tantas dificuldades de inserção no cenário esportivo, merecem respeito seja por parte de outros profissionais de imprensa, dirigentes esportivos, dos próprios atletas e mesmo dos torcedores. Não podemos e não ficaremos calados perante isso porque a omissão e o silêncio só fortalecem o machismo”, observa a diretora de Interior do SindijorPR, Aline Rios.


É importante frisar que a legislação brasileira reconhece como assédio qualquer prática que coloque a mulher em situação vulnerável, moralmente e sexualmente. “Não podemos compactuar com isso. Sabemos que os casos de assédio não são exclusividade do jornalismo esportivo e que se repetem sistematicamente com profissionais que atuam também em outras editorias, inclusive dentro das redações. A cada ano temos buscado junto à classe patronal que implemente mecanismos de combate efetivo ao assédio contra os jornalistas. Infelizmente, isso ainda não é uma realidade”, expõe Aline, ressaltando que muitos profissionais deixam de denunciar os casos temendo represálias dentro das empresas em que atuam.


Além de toda a violência praticada contra a profissional, que deixará inclusive marcas psicológicas, o SindijorPR observa ainda que a jornalista Bianca também esteve com a integridade física ameaçada. “Os agressores estavam a poucos metros da jornalista, separados somente por um alambrado simples e não se intimidaram mesmo com a presença de policiais no local. Ninguém fez nada para impedir as agressões, nem para retirar os torcedores que permaneceram no estádio para proferir os ataques e que poderiam ter cometido também algum tipo de violência física contra a assessora”, cita a diretora do SindijorPR.


Neste sentido, o SindijorPR também irá reivindicar junto à Federação Paranaense de Futebol (FPF) medidas que busquem garantir que os jornalistas tenham condições de trabalhar em segurança. “Sabemos que a Federação se preocupa em identificar e resguardar minimamente os profissionais de imprensa nos jogos da primeira divisão. Mas, o mesmo não acontece em outras divisões. Precisamos de ações efetivas para que as profissionais e os profissionais possam exercer a atividade profissional sem correr riscos”, diz Rios.


Campanhas


Além de também se engajar no movimento #DeixaElaTrabalhar, o SindijorPR já promove ações dentro da campanha ‘Basta’ que combate a violência contra os profissionais paranaenses. “Temos tentado conscientizar a sociedade de que o jornalista é um trabalhador e que merece respeito. Recentemente, tivemos um atentado contra profissionais, registrado no litoral do Estado, e temos testemunhado, infelizmente, o aumento no volume de casos dessa natureza”, comenta Rios. Nos próximos dias, o Sindicato dos Jornalistas do Paraná, por meio da Subseção Campos Gerais, deve se integrar a outros movimentos para promover ações de conscientização contra casos de assédio contra jornalistas.

Autor:SindijorPR
Gralha Confere TRE