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09/05/2022

Donos da mídia afrontam jornalistas com proposta de 3% de reajuste e imposição na CCT

Donos da mídia afrontam jornalistas com proposta de 3% de reajuste e imposição na CCT

 SindijorPR e Sindijor Norte PR encaminharam a pauta de reivindicações da categoria aos patronais ainda no dia 24 de março


Jornalistas profissionais do Paraná já estão com reajuste salarial em atraso. Isso porque a data-base da Categoria é 1º de maio e os patrões não apareceram para negociar antes do início de um novo ciclo previsto em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Mas sabe quando pensamos que a situação não poderia piorar? Pois então, os donos da mídia enviaram uma "proposta" sem considerar as reivindicações dos jornalistas encaminhadas em 24 de março de 2022 para a CCT 2022/2023. Além disso, tentam impor índice irrisório de 3% de reajuste e outras diversas perdas na CCT, acabando com direitos conquistados ao longo dos anos.


Os Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), entidades que representam a Categoria, viram como uma afronta o envio de uma nova "Pauta Proposta" assinada por José Nicolás Murta Mejía, presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Paraná (Sindejor-PR), e por Cezar Telles, presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Paraná (Sert-PR). O documento, recebido em 4 de maio, não considera nenhum dos pedidos dos jornalistas e não abre margem para qualquer negociação.


Já ouviram falar do termo popular "porteira fechada"? Ele descreve bem a situação. Trata-se, apenas, de uma imposição. Tanto Sindejor-PR quanto Sert-PR mentiram ao dizer que as reivindicações dos jornalistas estavam sendo analisadas. Ao invés de uma CONTRAPROPOSTA, como fora prometido e exposto pelos Sindicatos dos Jornalistas do Paraná no dia 1º de maio, marcado como o Dia do Atraso, a Categoria recebeu pedido para:


1 - Ter salário reajustado em 3% - apenas para profissionais na ativa;


2 - Ter o atual piso salarial congelado (R$ 3.810,69) - válido em novas contratações;


3 - Retirada total de anuênio, que é o adicional de 1% sobre o salário a cada ano trabalhado;


4 - Redução de horas-extras de 100% para 50% (primeira hora) e 70% (demais horas);


5 - Licença para fazer demissões coletivas;


6 - Permissão de estágio a partir do 1º ano (primeiro semestre) de cursos de jornalismo ou de comunicação social com habilitação;


7 - Licença para contratar jornalistas sem registro profissional;


8 - Imposição sobre trabalho de diretores sindicais.


É mole? O documento ainda traz o alerta de que essa afronta tem "validade apenas se aprovada no seu conjunto total de cláusulas". O que os donos da mídia querem fazer lembra bem aquela lenda de que "negociar diretamente com o patrão" é melhor. Não é; e a prova cabal ‘tá’ mais do que escrachada. Empresários querem, mais uma vez, tentar diferenciar o salário dos jornalistas. Além disso, seguem tentando tirar direitos estabelecidos, como o merecido anuênio, e diminuir o valor do trabalho profissional em horas extras. Isso sem contar a licença para demitir em massa, contratação de estagiários em início de formação (o que afronta a Lei Nacional do Estágio e as Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de Jornalismo), retirada de registro profissional como requisito para contratação e imposição sobre o trabalho de diretores sindicais.


Os Sindicatos que representam os jornalistas sempre se mantiveram abertos a negociar e nunca fizeram imposições, inclusive com as reivindicações encaminhadas em 24 de março de 2022. Mas os patrões, eles sim, querem fazer isso. O Sindijor Norte PR e o SindijorPR já negaram esse desrespeito dos patrões nesta segunda-feira (9 de maio) e solicitaram uma Mesa de Negociação para os próximos 10 dias. O pedido é de negociação de uma proposta digna de ser apresentada para a Categoria.

Autor:SindijorPR e Sindijor Norte
Gralha Confere TRE