8º Congresso Paranaense de Jornalistas começa com reflexões sobre o futuro da profissão
Inspirados pelo Maracatu de Baque Virado do grupo Maracatu Aroeira dezenas de profissionais, estudantes, professores e dirigentes sindicais participaram da primeira noite do 8º Congresso Paranaense de Jornalistas. A tradicional música pernambucana abriu os caminhos dos debates sobre as condições de trabalho, a formação profissional e a atuação sindical. O congresso é realizado depois de 11 anos e termina no sábado, com a Assembleia Geral Extraordinária, que vai aprovar a tese-guia discutida no evento, que acontece no auditório do Setor de Artes, Comunicação e Design (Sacod) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
A abertura do evento ficou marcada por um próspero debate sobre o Jornalismo em tempos de desafios democráticos e transformações digitais. Ao responder a um universitário sobre a contratação de estudantes de Jornalismo ainda em formação, Samira de Castro, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), alertou sobre o modelo de contratação de estagiários pelas empresas de comunicação. “A convenção coletiva do SindijorPR é super avançada na questão do estágio – é a única no Brasil que tem um regramento que não deve ser retirado da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Os universitários que quiserem estagiar não devem aceitar pedido de empresa para fazer o registro profissional. É preciso muito cuidado com contratações para estágios que, na verdade, escondem vínculo de emprego”, observou.
Aline Reis, presidenta do SindijorPR, defendeu uma maior conexão entre os universitários, os jovens jornalistas e a mobilização sindical. É dela a proposta – que foi aprovada – para que todas as jornalistas e todos os jornalistas que se inscreveram no Congresso possam participar das deliberações da Assembleia Geral Extraordinária, e não apenas os delegados credenciados. Também compartilharam seus conhecimentos na abertura do congresso a jornalista e diretora do SindijorPR, Aline Rios, Amanda Audi, repórter da Agência Pública, e Márcio Killer, diretor da Central Única dos Trabalhadores no Paraná (CUT-PR).
O Congresso continua nesta quinta-feira (09) com um dia intenso de debates, formações práticas e um encontro especial com a literatura. Às 13h, o evento começa no espaço Sacod com o Lançamento de Livros, sob o tema Quando o jornalismo encontra a literatura. A mesa reúne dois grandes nomes da escrita: a jornalista e autora Milly Pampuch (com o livro Arrojadas) e o premiado jornalista investigativo e professor Mauri Konig (autor de Ensaio Sobre Quem Somos). A mediação será feita por Julia Sobowiak, jornalista do Plural Curitiba.
Na sequência, das 14h às 16h30, acontecem as Oficinas Presenciais, oferecendo qualificação prática aos participantes: Assessoria de imprensa: como construir narrativas de impacto, ministrada por Tayná Soares, profissional de Assessoria de Imprensa. Podcast jornalístico: da pauta à edição, conduzida por Lenise Klenk, Jornalista, Mestre e Professora da PUCPR, com vasta experiência na produção de conteúdo sonoro. O ponto alto da noite é a Mesa Magna (presencial e no canal do SindijorPR no YouTube), que tem início às 19h30 com o tema Jornalismo, liberdade de imprensa e democracia. O painel terá a participação de Samira de Castro, presidente da FENAJ; Aline Rios, jornalista e pesquisadora do ObjETHOS/UFSC; e Danis Rosa, Advogada e Conselheira da OAB/PR.
