O SindijorPR participou, nesta sexta-feira (11), do seminário “A Situação da Classe Trabalhadora do Paraná”, atividade que integrou a programação comemorativa dos 40 anos da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR). Realizado na sede da APP-Sindicato, em Curitiba, o encontro reuniu lideranças sindicais, representantes de movimentos sociais e especialistas, em um espaço de reflexão sobre os desafios atuais e as perspectivas para o futuro do mundo do trabalho.
A presença do Sindicato dos Jornalistas no evento reforça uma trajetória de mais de uma década de compromisso com a Central. “Em 2010, após um intenso debate realizado durante o VI Congresso dos Jornalistas do Paraná, em Foz do Iguaçu, aprovamos a filiação à CUT. Desde então, seguimos juntos pautando condições dignas de trabalho e a valorização de todos os trabalhadores, inclusive dos profissionais do jornalismo”, relembrou a diretora de Relações Institucionais do SindijorPR, Riquieli Capitani.
Durante sua fala, Riquieli destacou as pautas prioritárias da categoria, como a retomada da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo e a criação de um piso salarial nacional. “A decisão do Supremo Tribunal Federal, em 2009, que extinguiu a exigência do diploma para o exercício da profissão, abriu caminho para que muitas pessoas se autodenominassem jornalistas sem a devida formação. Isso contribuiu diretamente para a desvalorização do ofício, a precarização do trabalho dos jornalistas profissionais e, inclusive, para o crescimento das fake news”, afirmou.
Riquieli reforçou que o SindijorPR, em conjunto com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e com o apoio de outros sindicatos estaduais, segue mobilizado para reverter esse retrocesso. “Essa é uma das pautas mais importantes da nossa categoria. Queremos garantir condições dignas de trabalho e o reconhecimento da profissão, com a exigência da formação acadêmica. Nesta semana, estivemos em Brasília durante o 4º Ocupa Brasília, reforçando e cobrando dos parlamentares da Câmara Federal a tramitação e votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 206/2012, que restabelece a obrigatoriedade do diploma de jornalista. No Senado, ela já foi aprovada por unanimidade”, destacou.
A diretora também alertou para a crescente precarização do jornalismo, com a “pejotização” — ou seja, a contratação via pessoa jurídica — nas redações e, inclusive, em entidades e movimentos sociais. Ela destacou que “é fundamental que o jornalismo e a comunicação estejam no centro dos debates e sejam priorizados, pois são ferramentas essenciais para a defesa da democracia e dos direitos trabalhistas”.
Ao encerrar sua participação, Riquieli agradeceu à CUT-PR pelo espaço de diálogo e reiterou a importância da presença do sindicato nesses espaços coletivos. “Para nós, jornalistas, é uma alegria estarmos aqui para trazer nossas pautas. Essa luta é coletiva. Em outubro, o SindijorPR completa 80 anos de história – uma trajetória profundamente conectada à da CUT. Ainda que nossa filiação tenha ocorrido em 2010, essa parceria tem raízes sólidas, e queremos que ela siga firme por muitos anos”, concluiu.
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