Ser jornalista é viver entre o aplauso e a ameaça.
É escrever a história com os dedos sujos de café frio, digitar verdades enquanto o mundo grita mentiras — e ainda sorrir de canto, porque alguém precisa contar o que está acontecendo de verdade.
É carregar nas costas o peso de histórias que não são suas, mas que, de alguma forma, passam a ser.
É ouvir o choro da mãe que perdeu o filho, o desabafo do trabalhador invisível, a denúncia sufocada de quem nunca teve palco… e transformar tudo isso em palavra. Em notícia. Em memória viva.
No Paraná ou em qualquer esquina do planeta, o jornalismo resiste.
Mesmo quando o wi-fi cai, a fonte some, o chefe cobra, o salário não paga.
Mesmo quando nos chamam de “militante”, “vendido” — ou pior: de inútil.
A gente segue.
Não por heroísmo, mas porque a verdade é teimosa.
E quem vive disso, aprende a ser também.
A cada deadline, um dilema.
A cada pauta, uma batalha.
A cada ameaça velada ou explícita, uma escolha: calar ou continuar.
E a gente continua.
Porque entre o silêncio conveniente e a palavra incômoda, escolhemos a palavra.
Jornalismo não é vocação, é resistência.
É profissão com CPF, boletos e cicatrizes.
É amor na trincheira.
É transformar dado em denúncia, estatística em rosto, tragédia em mudança.
É dar nome ao que tentam esconder — e luz ao que querem manter escuro.
Hoje é Dia do Jornalista.
Gostamos de parabéns, claro.
Mas queremos apenas duas coisas: respeito à atividade profissional e o reconhecimento de que sem jornalismo não tem democracia, não tem memória, não tem futuro.
Então, pra você que hoje vive com um celular na mão, um bloquinho no bolso e a indignação na alma, nosso muito obrigado.
Por não desistir, por continuar, por ser a voz quando o mundo tenta abafar o grito.
Porque enquanto houver um jornalista de pé, a verdade não se curva.
Hoje, não basta celebrar.
É preciso reconhecer quem sangra para que a verdade sobreviva.
É preciso respeitar.
É preciso proteger.
Jornalismo se faz com profissionais diplomados, preparados tecnicamente e com compromisso ético.
Jornalismo também se faz com equidade e respeito à diversidade.
Mas, sobretudo, jornalismo se faz com jornalistas que tenham acesso à dignidade e a políticas de proteção e cuidado.
Nós informamos o Paraná.
Nós informamos o Brasil!
Curitiba, 07 de abril de 2025.
Direção do SindijorPR