O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) lamenta profundamente o falecimento de Roberto Elias Salomão, ocorrido no último 28 de janeiro, aos 72 anos. Jornalista comprometido, professor e escritor, o querido Salomão fez do jornalismo um instrumento de transformação social, sempre guiado pela ética, pela apuração rigorosa dos fatos e pela defesa intransigente da verdade.
Formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, construiu uma trajetória marcada pela credibilidade e pelo compromisso com um jornalismo que não apenas informa, mas analisa e contextualiza a realidade. Ao mudar-se para Curitiba, em 1978, abraçou a missão de dar voz aos trabalhadores e fortalecer as lutas sociais por meio das palavras. Atuou no jornalO Trabalho e, ao longo dos anos, colaborou com movimentos populares, sempre ao lado daqueles que viam na informação um direito fundamental.
Como escritor, Salomão eternizou sua visão crítica no livroAnos Heroicos, que registra a história do PT no Paraná e as transformações políticas das décadas de 1980 e 1990. Seu texto preciso e sua apuração detalhada fizeram da obra uma referência para quem busca compreender esse período. Nos últimos anos, seguiu contribuindo para o debate e atuando como assessor de comunicação do PT na Assembleia Legislativa do Paraná, exercendo seu ofício com profissionalismo e seriedade.
Salomão nos deixa, mas suas palavras e seu legado permanecem. Seu compromisso com um jornalismo responsável, sua dedicação às lutas populares e sua fé na transformação social seguem como inspiração para todos que acreditam no poder da comunicação como ferramenta de mudança.
Homenagens de amigos e companheiros de luta
A comoção pela partida de Roberto Salomão foi grande. Amigos, colegas de profissão, militantes e admiradores se manifestaram em redes sociais e grupos de WhatsApp, compartilhando histórias e homenagens, destacando sua generosidade, inteligência, defesa da democracia e amor pela arte e pela vida:
Adélia Lopes, lembrou:
“O velório estava repleto de gente amiga, a maioria de lutas lutadas. Solista do Relespublica cantou, pois, como todo bom revolucionário, Roberto Salomão amava a música, a arte e a poesia. Até certa vez se casou com a linda musa carioca, Lea Oksenberg.”
Claudio Ribeiro, jornalista, advogado e compositor, compartilhou memórias de uma amizade que atravessou décadas:
“A infância nos uniu. Eu e Salomão brincávamos juntos em São Paulo, enquanto nossas mães, grandes amigas, trocavam confidências e sonhos. Nascemos no mesmo setembro: ele, no dia 16; eu, no dia 20. O destino nos fez jornalistas e nos reencontrou em Curitiba, lado a lado na luta pela redemocratização.”
Débora Lankilevich, jornalista, também deixou seu depoimento:
"Tive o privilégio de conhecer o Salomão ainda na década de 80, casado com a Lea Oksenberg. Embora nunca tenhamos trabalhado juntos, convivi com ele na Assembleia. Uma das pessoas mais inteligentes e lúcidas que conheci. Uma grande perda."
Às suas filhas, ao neto, aos amigos e companheiros de jornada, toda a nossa solidariedade e respeito. Que sua memória siga iluminando os caminhos daqueles que, como ele, acreditam que as palavras e o jornalismo comprometido podem mudar o mundo.
Descanse em paz, Salomão. Sua história ecoará para sempre.