Exposição aberta até 12 de julho convida para um percurso afetivo e permeado de histórias
A exposição "Fernanda Castro, trajetórias em territórios afetivos" está em exibição no Centro Cultural da PUCPR até 12 de julho. A mostra apresenta a obra da fotojornalista Fernanda Maria de Castro Paula, destacando sua sensibilidade, pesquisa e compromisso em capturar territórios e encontros ao longo de sua carreira.
Nascida em 1951, em Arapongas (PR), Fernanda formou-se em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com pós-graduações em Artes Plásticas e em Fotografia. Foi da equipe dos jornais O Estado do Paraná, Correio de Notícias e Gazeta Mercantil, além de trabalhar na Secretaria de Comunicação Social do Paraná e lecionar em universidades de Ponta Grossa e Curitiba.
A exposição revela um acervo que vai além das pautas jornalísticas, apresentando memórias de família, documentações de territórios e registros de comunidades quilombolas e indígenas. O jornalista José Carlos Fernandes descreve a abordagem de Fernanda como um exercício poético e pessoal: "De uma viagem a Foz do Iguaçu, voltou com uma Canon, dali em diante, extensão dos seus olhos."
As fotografias de Fernanda narram sua interação com diferentes culturas e ambientes. Imagens como as de um jogo de capoeira em Jericoacoara ou cenas da Ilha dos Lençóis mostram o poder dos encontros e das histórias que capturou. Em uma entrevista, Fernanda conta sobre sua aventura ao confundir a Ilha dos Lençóis com os Lençóis Maranhenses, resultando em uma experiência fotográfica única.
Desde 1978, Fernanda documenta comunidades quilombolas no Paraná, como Serra do Apon, Paiol de Telha e Palmital dos Pretos. Seus registros são marcados pelo afeto e pela compreensão da resistência dessas comunidades. O Paraná, segundo estado do sul com maior população quilombola, possui mais de 80 comunidades, 37 já certificadas pela Fundação Cultural Palmares.
Fernanda também dedica seu trabalho aos povos indígenas Kaingang, Guarani e Xetá no Paraná. Suas fotografias oferecem uma visão profunda da vida cotidiana dessas comunidades, que somam mais de 30.000 pessoas no estado, e ressaltam sua importância histórica e cultural.
A técnica de cianotipia, que Fernanda usa, é um processo artesanal que resulta em impressões monocromáticas em tons de azul. Ela combinou essa técnica com uma pesquisa sobre plantas medicinais, criando peças únicas e complexas.
Homenagem
Em novembro passado, Fernanda Castro foi homenageada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) durante a Ronda da Noite alusiva ao Dia da Consciência Negra.
Serviço
Título: "Fernanda Castro, Trajetórias em Territórios Afetivos"
Período de Exposição: 19 de março a 12 de julho
Horário de Visitação: Segunda a sexta, 9h às 21h; Sábados, 9h às 15h
Local: Centro Cultural PUCPR, Rua Imaculada Conceição, 1155, Campus Curitiba
Contato: (41) 9 9169 6025 ou @pucpr_cultur no Instagram