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27/07/2018

Assembleias em Londrina, Maringá e região rejeitam proposta patronal


Jornalistas de Londrina, Maringá e região demonstraram na noite desta quinta-feira (26) que estão unidos, atentos e que não abrem mão de direitos. Em assembleias realizadas nas duas cidades pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR), a proposta patronal para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2018/2019 foi rejeitada por unanimidade.


Além de oferecer somente 2% de reajuste, as empresas condicionaram esse percentual à alteração e retirada de importantes cláusulas da atual CCT. Propuseram reduzir o valor da hora extra de 100% para 75%, congelar o anuênio a partir de 25 anos de trabalho, deixar os sindicatos de fora das negociações de bancos de horas e homologações de rescisões de contratos, e ainda acabar com as regras e limites para demissões em massa. Ainda deixaram claro que a oferta só seria válida se aceita na íntegra. Era “pegar ou largar“.


Os jornalistas “largaram“. Disseram NÃO a esse ataque feroz aos direitos de uma categoria que só vem perdendo a cada ano. Perdendo empregos, poder aquisitivo, qualidade de vida, respeito. A grande participação de profissionais nas assembleias provou que os jornalistas estão cansados de ser tratados com tamanho descaso e que querem a garantia de direitos e ao menos alguma melhoria para quem está no mercado de trabalho.


Tanto é que, além de rejeitar a proposta patronal, a categoria votou pela manutenção da pauta de reivindicações original, discutida e aprovada no início do ano, que inclui 7,5% de reajuste salarial, entre outras cláusulas financeiras e sociais. O único ponto em que os jornalistas entenderam que houve avanço e concordaram em aceitar foi a extensão da licença paternidade de 5 para 10 dias – o pedido inicial era de 20 dias.


A participação da categoria também fortalece a representação do sindicato, que o empresariado vem tentando enfraquecer especialmente após a Reforma Trabalhista. O Sindijor Norte PR fez um intenso trabalho de divulgação da assembleia, visitando redações de impressos, rádios e TVs, assessorias de imprensa de órgãos públicos e privados, além de utilizar as redes sociais.


Como resultado, mais de 70 jornalistas compareceram às assembleias, um número bastante expressivo. Em Maringá, a participação foi surpreendente. “Foi a maior adesão dos últimos tempos. Os jornalistas vieram e participaram. Eles destacaram a importância da luta e rejeitaram todas as propostas oferecidas pelos patrões. Os participantes ainda fizeram questão de deixar assuntos para a próxima assembleia, como o acúmulo de função, especialmente dos repórteres cinematográficos”, destaca a secretária de Educação e Aperfeiçoamento Profissional do Sindijor Norte PR, Valdete da Graça, de Maringá.


“Propostas têm que ser debatidas e negociadas. Em março apresentamos uma extensa lista de reivindicações, mas nenhuma resposta a essas cláusulas foi apresentada pelos patrões. Imposições não são mais aceitas, e uma demonstração clara disso foi dada pelos jornalistas nas votações de Londrina e Maringá“, avalia o presidente do Sindijor Norte PR, Danilo Marconi.


No restante do Estado, representado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), a categoria também rejeitou por unanimidade a proposta dos patrões.


As negociações prosseguem. É importante que a categoria continue cada vez mais unida e mobilizada para alcançar melhorias e frear as perdas que – e isso os patrões têm que entender – prejudicam não só os profissionais, mas as próprias empresas.


Foto: Vitor Ogawa

Autor:Sindijor Norte PR
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