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07/03/2018

Greve em O Diário já chega a um mês e faz história

Greve em O Diário já chega a um mês e faz história
Foto: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná

A greve dos jornalistas de O Diário do Norte do Paraná completa hoje um mês. O movimento paredista foi deflagrado no dia 7 de fevereiro em razão de sucessivos atrasos salariais e segue firme acompanhado de manifestações públicas.


A greve no jornal de Maringá já entrou para a história do jornalismo brasileiro. É uma das mais longas feitas pela categoria. Já superou a paralisação dos jornalistas da Folha de Londrina na década de 1980, que durou 22 dias, motivada igualmente pelo atraso em pagamentos de salários. Também é mais duradoura que a famosa greve geral dos jornalistas de São Paulo em 1979, que também se estendeu por 22 dias. Naquela ocasião, os profissionais reivindicavam aumento salarial de 25%, mais imunidade para os representantes sindicais nas redações.


No caso dos jornalistas de O Diário, desde maio de 2016 os pagamentos vinham sendo feitos com atraso. Depois, passaram a ser fracionados e em valor inferior ao piso salarial. Os depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) também deixaram de ser feitos há quase dois anos. A partir de novembro do ano passado, os salários simplesmente pararam de cair na conta.


Os trabalhadores da redação de O Diário não viram outra saída a não ser paralisar suas atividades para tentar pressionar a empresa a fazer os pagamentos, já que a desculpa de que não há dinheiro não se mostrou verdadeira. Sócios continuaram a realizar retiradas em valores vultosos, uma afronta aos trabalhadores que estão tendo dificuldade para saldar suas dívidas e até para sobreviver.


Foram muitas tentativas infrutíferas de negociação com a direção do jornal. Os grevistas passaram a fazer manifestações na tentativa de sensibilizar a direção da empresa, bem como uma forma de expor à sociedade o que está acontecendo. Nada mais justo: os jornalistas de O Diário sempre noticiaram a defesa de direitos de outras categorias; agora, é a vez de eles pedirem o apoio público.


E assim tem sido com panfletagens em diversos pontos de Maringá, além de reuniões com representantes da Igreja Católica, da prefeitura, da Câmara de Vereadores, do Ministério Público e do Judiciário. Movimentos sindicais de outras categorias e a Frente Brasil Popular aderiram ao movimento. O apoio da sociedade aos jornalistas foi se ampliando de maneira exponencial. Os próprios grevistas deram exemplo de solidariedade, ao fazer uma campanha de coleta de cestas básicas para serem distribuídas entre os funcionários que estão passando por mais dificuldades – até mesmo para colocar comida em suas mesas.


Desde o início, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná tem prestado apoio aos profissionais da redação intermediando as tentativas de negociação com a empresa, oferecendo assistência jurídica e marcando presença nas manifestações para pressionar a direção de O Diário a honrar seus compromissos com os jornalistas.


O que se tem visto é uma mobilização exemplar, que não faz jus à corriqueira expressão “cruzar os braços”. Os jornalistas em greve interromperam, com grande pesar, o seu trabalho na redação. Mas dia após dia têm ido para a rua, para os gabinetes e principalmente para a frente do jornal ao qual tanto se dedicaram, a fim de escancarar a luta justa e ainda sem data para acabar.

Autor:Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná
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