O SindijorPR, Sindijor Norte PR e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público repudiar as demissões de jornalistas realizadas por empresas do Grupo Massa – da família do governador do Paraná, Ratinho Junior -, na capital e no interior do Estado, e se solidarizar aos profissionais desligados. Até por volta das 17 horas de hoje (27/09), haviam sido registrados quatro cortes no jornalismo da TV Iguaçu, em Curitiba, além do encerramento, a pedido, do contrato de uma jornalista que trabalhava como repórter e produtora de conteúdo em Guarapuava. Teriam ocorrido ao todo cerca de 20 desligamentos ao longo da última semana, incluindo cortes nos setores administrativo e operacional.
Na TV Iguaçu foram demitidos um editor-chefe, duas editoras de texto e um videorrepórter – na verdade, um repórter a quem foi imposta a condição de acumular também a função de repórter cinematográfico, como vem ocorrendo no grupo. Todos eram vinculados aos programas Primeiro Impacto PR e Tá na Hora e a maioria havia sido contratada recentemente. A informação extraoficial é de que a emissora teria decidido encerrar o programa Primeiro Impacto PR mediante a justificativa de corte de gastos, uma vez que o horário não estaria sendo rentável. Outras demissões também afetaram o programa Show de Bola.
O SindijorPR está orientando os trabalhadores demitidos para que solicitem assistência sindical na rescisão do contrato de trabalho, conforme prevê a Convenção Coletiva de Trabalho vigente. Essa medida é necessária uma vez que, desde a antirreforma trabalhista de 2017, não há mais assistência sindical automática nas demissões – o que deixa os profissionais desligados mais expostos a outros abusos e imposições.
O Sindicato também irá questionar formalmente a empresa sobre as demissões, além de deixar sua assessoria jurídica à disposição dos jornalistas que foram afetados pelos desligamentos. Também será necessário avaliar se o encerramento de programas regionais, caso isso se confirme, não fere a legislação referente às concessões públicas de TV.
Diante dos abusos e das decisões de gestores que tratam as pessoas como se fossem números, é preciso reafirmar: Jornalismo se faz com jornalistas, contratados formalmente e com condições de trabalho dignas e decentes.