As mulheres do EL PAÍS decidiram apoiar a greve de 8 de março, convocada na Espanha por coletivos feministas e sindicatos, junto com outras manifestações em todo o mundo, em razão do Dia Internacional da Mulher. As jornalistas convivem com milhares de razões todos os dias para participar de uma greve feminista como a convocada para 8 de março. Sofremos como mulheres e como trabalhadoras, mas como informadoras sabemos em primeira mão os problemas mais terríveis que nossas congêneres enfrentam todos os dias. Em nossas páginas, neste site, os capítulos mais cruéis da violência machista, as discriminações no trabalho, as milhares de mortas em outras latitudes, os esforços para alcançar direitos que nunca chegam, os freios na educação, na justiça, na saúde, nas relações e no mundo da cultura. E nunca deixamos de nos sentir envolvidas.
Este jornal não careceu de feminismo, nem mesmo em suas origens. Nesta redação nunca faltou a voz forte das mulheres. Muitas delas, que deram seu nome ao bom jornalismo deste país nas últimas décadas, também foram aguerridas defensoras do movimento das mulheres e o exerceram dentro e fora da redação. Várias delas escalaram postos, nunca sem dificuldade, e hoje se pode dizer que alguns dos postos mais altos da redação são ocupados por mulheres que se sentem orgulhosas de serem feministas. Não é menos animador saber que existe uma safra de jovens jornalistas que trabalham com afinco no jornal. Todas estarão neste 8 de março ao lado de uma causa que a muito poucos deve ser alheia: a igualdade. Fazemos isso por aquelas que nos precederam na luta, por nós mesmas e pelas mulheres que nos seguirão.