Hoje, 17 de Maio, é o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia. A data surgiu em 1990, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou de considerar a homossexualidade como um transtorno mental. No calendário brasileiro, ela se tornou oficial por decreto presidencial em 2010.
Mas o que é LGBTfobia? É medo, aversão ou ódio irracional a pessoas que manifestem sua orientação sexual ou identidade/expressão de gênero fora do padrão heteronormativo. A LGBTfobia está diretamente relacionada à discriminação, pela violência e pelo preconceito, contra pessoas lésbicas (lesbofobia), gays (homofobia), bissexuais (bifobia), transexuais ou travestis (transfobia) em ambientes variados, como casa, escola, trabalho, rua e postos de saúde.
No Brasil, uma pessoa LGBT é morta a cada 25 horas apenas pela sua orientação sexual ou identidade/expressão de gênero.
E como nós, jornalistas, podemos ajudar no combate à LGBTfobia, estando no país onde mais se mata LGBTs no mundo?
Nós precisamos nos informar e nos apropriar dos termos usados pela comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênera para informarmos e conscientizarmos nosso público. Por exemplo: não se usa o termo homossexualismo para falar de pessoas que gostam de pessoas do mesmo sexo. O sufixo “ismo”, além de ser preconceituoso e incorreto, denomina doença e anormalidade. O termo que devemos usar quando noticiamos algo é homossexualidade.
“Opção sexual” também está errado. O termo correto é orientação sexual, já que ninguém escolhe, de forma consciente, sua orientação sexual. Nem heterossexuais, nem homossexuais, nem bissexuais. “O” travesti só deve ser usado caso seja uma pessoa do sexo biológico feminino, mas com identidade de sexo masculino. Caso contrário, é “A” travesti.
Também devemos respeitar a identidade de gênero de homens e mulheres trans, usando os pronomes que a própria pessoa utiliza para se identificar. Se tiver dúvidas, pergunte ao próprio entrevistado ou a terceiros como ele prefere ser tratado. Ninguém precisa ser um estudioso do tema para incluir em sua prática cotidiana algo que é básico, o respeito.
Devemos, ainda, dar atenção às pautas do movimento LGBTI+ (sigla que inclui intersexuais e outras identidades de gênero e sexualidade não contempladas na atual nomenclatura, representadas pelo “+”) . Elas são muitas: “União estável aprovada, mas não regulamentada”; “Doação de sangue por homossexuais masculinos”, “A LGBTfobia no Brasil ainda não é crime”, além das datas comemorativas do próprio movimento.
O gênero transpassa por toda a classe trabalhadora, inclusive a nossa classe, jornalista. E é por isso também que o combate à LGBTfobia deve acontecer igualmente dentro dos veículos de comunicação. Cobrar que a colega de redação se vista de maneira mais feminina é preconceito. Chamar o amigo de “viadinho”, quando ele faz algo que desagrada, é preconceito. Dizer que “aquela jornalista precisa de um homem” é, além de machismo, preconceito.
Manual de Comunicação
Nós, da Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, convidamos todos os jornalistas e estudantes de Jornalismo para o lançamento do “Novo manual de Comunicação LGBTI+” , feito pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Rede GayLatino, que será destinado aos meios de comunicação, jornalistas e estudantes. O manual propõe: “Substitua preconceito por informação correta!”.
O evento acontecerá na próxima segunda, 21, às 18h30, na Sede do SindijorPR, na Rua José Loureiro, 211, em Curitiba. Nos encontramos lá!
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