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14/08/2017

Presidente da Embrapa planeja terceirizar cargos de jornalistas

Presidente da Embrapa planeja terceirizar cargos de jornalistas

A extinção de cargos de jornalistas pode estar perto de acontecer na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A informação foi passada pelo próprio presidente da instituição, Maurício Antônio Lopes, em videoconferência realizada com executivos das unidades centrais. De acordo com ele, não há alternativa, já que a Embrapa não vai “tolerar” profissionais trabalhando em carga horária diferenciada (como a jornada de 5 horas para jornalistas protegida por lei, por exemplo). Para o executivo, os trabalhadores que exigem o cumprimento da lei estão dando “um tapa na cara da sociedade, que paga uma conta altíssima”.


A reportagem do Portal Comunique-se teve acesso ao vídeo da reunião realizada com os gestores da Embrapa e, na ocasião, o presidente se diz incomodado com os empregados que estão entrando na Justiça contra a empresa para terem o direito de trabalhar 5 ou 6 horas por dia. Lopes lembra que os profissionais fizeram concurso público para trabalhar 8 horas diárias e, assim, deveriam cumprir. “Se tem uma decisão do sindicato desses profissionais (jornalistas) de que eles podem trabalhar 5 horas, a Embrapa se deu ao trabalho de negociar com cada um. Eu pessoalmente assinei o contrato deles para que se cumpra o que estava previsto no concurso que eles fizeram para trabalhar aqui como qualquer um de nós. Não tenho outra alternativa se não colocar essas funções em extinção. Não vamos tolerar. Os profissionais que estão entrando na Justiça para trabalhar 5 horas por dia, isso é um tapa na cara da sociedade que paga uma conta altíssima. Não vamos tolerar”.


O discurso de Lopes ainda pede apoio dos ouvintes sob o argumento de que a decisão de extinguir as carreiras é difícil, porém necessária. “Não me pressionem mais nesta questão de terceirização. Não tenho alternativa e não vou descumprir a lei. Temos que fazer mudanças na empresa que nos permita resolver em definitivo esse processo. Estamos vivendo uma crise que não vai passar rápido e temos que ser criativos para sair disso”.


Na última semana, o Portal Comunique-se noticiou a decisão da juíza do trabalho da 17ª Vara do Trabalho de Brasília (DF), Jaeline Boso Portela S. Strobel, que condenou a Embrapa por desrespeitar a jornada de trabalho especial de jornalista. A decisão da magistrada cria jurisprudência que poderá ser aplicada para outros profissionais na mesma situação.


O que acontece na Embrapa é que a empresa insiste em aplicar 8 horas de trabalho aos jornalistas. Com essa ideia e como afirmou o presidente durante a videoconferência, um acordo foi feito com esses profissionais, que prevê o pagamento de horas-extras (equivalente a adicional de 20% sobre o salário) para que se cumpra a jornada. A companhia afirma que não é conveniente ter funcionários atuando em jornadas diferentes por criar distinções e pela necessidade dos comunicadores acompanharem todas as atividades da Empresa, que possui horário de trabalho das 8 às 17 horas. “Expedientes diferenciados geram rupturas no modelo de trabalho da Embrapa, cada vez mais centrado em equipes. Além disso, existe a impossibilidade de contratação de novos empregados”.


A reportagem do Portal Comunique-se entrou em contato com a Embrapa para falar sobre a questão da terceirização, porém a empresa se limitou a explicar que precisa da equipe ao longo de 8 horas diáras de expediente e que não dá para criar jornadas diferentes.


Horário especial nas secretarias da Diretoria-Executiva


A reportagem do Portal Comunique-se descobriu, porém, que as secretárias da diretoria-executiva têm jornada de trabalho de 6 horas diárias. Questionada, a Embrapa explicou que as profissionais atuam em sistema de revezamento para atender condições de interesse da empresa. O trabalho da diretoria-executiva se estende por 12 horas diárias e, assim, duas equipes (cada uma com jornada de 6 horas) se revezam para auxiliar os integrantes durante o expediente ampliado.

Autor:Portal Comunique-se
Gralha Confere TRE