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08/02/2017

Empresas de comunicação jogam sobre ombros de profissionais o peso da incompetência de seus gestores

Pernambuco volta a viver clima de tensão nas empresas de comunicação com várias demissões e até demissões em massa. Sob o manto da “crise nacional”, gestoras e gestores enveredam pela desconstrução do mercado de trabalho e ainda tentam ludibriar as categorias Jornalistas, Gráficos e Radialistas e a própria sociedade de que encaminham “reformulações” e “modernizações”, pretensamente buscando uma “nova” forma de comunicação.


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) cumprem seus papéis de denunciar publicamente essa realidade, de repudiar as demissões não raramente insanas, de profissionais que produzem o maior ativo das empresas, a informação de qualidade, e também de se empenhar na garantia de todos os direitos trabalhistas e previdenciários.


No primeiro dia de fevereiro, a Editora Folha de Pernambuco, empresa que mais concentra irregularidades trabalhistas e previdenciárias em Pernambuco desde sua fundação, chamou até editoras(es) em férias, para anunciar 40 desligamentos, sendo 20 jornalistas. No mesmo dia, circulou a informação de que a TV Nova Nordeste, canal 22, encaminhou a demissão de todo o corpo funcional.


As duas empresas guardam semelhanças, as demissões que praticam também. A FolhaPE costuma anunciar demissões enquanto “sugere” que profissionais recorram à Justiça do Trabalho, que tem sido utilizada para protelamento por meses do pagamento de direitos que deveriam ser quitados em dez dias. Profissionais da TV Nova garantem ter ouvido a mesma “sugestão”.


As mesmas empresas que, durante dois anos em campanhas salariais, negaram a reposição da inflação a profissionais com o falso discurso de “garantia de empregos”, agora demitem sem pudor. E isso ocorre desde Caruaru, com a afiliada da Globo, TV Asa Branca, até a Capital, onde se agregam à FolhaPE e à TV Nova Nordeste. O Grupo R2 (cerca de 14 trabalhadores do DP e Rádio Clube). Já o Sistema Jornal do Comercio de Comunicação (SJCC) demitiu 8 trabalhadores ligados ao setor administrativo.


E esses casos mostram uma verdade maior, a de que as empresas que anunciam “modernidades” na verdade revisitam o pior passado, o dos piores abusos cometidos contra profissionais. Demitem jornalistas experientes para contratar dois, três com a remuneração de um(a) dispensado(a). Pior, ludibriam instituições de ensino para substituir profissionais por estagiárias(os). E a todos que ficam, impõem a supostamente moderna “múltipla função”, na realidade a multiexploração com um salário ínfimo.


Nos bastidores, verdadeiramente nada há de “novo”. Não se percebe qualquer movimento para rever modelos de negócio, apenas movimentos de “ajuste” que penalizam grandemente trabalhadoras(es) e na verdade se traduzem em conformistas reduções das empresas ao que resta de mercado que ajudam a destruir, como o meio rádio, ao reduzir a oferta de produtos de qualidade que só conseguem produzir com profissionais qualificados.


O Sinjope e a FENAJ reafirmam a defesa de um mercado com qualidade de informação que não pode existir em meio ao desrespeito a profissionais qualificados, e, por isso, defendem os empregos de qualidade. Por isso mesmo, além de colocar à disposição a assessoria jurídica para garantia de todos os direitos, também recorre aos meios possíveis para barrar demissões em massa.

Autor:Fenaj
Gralha Confere TRE