Os patrões da comunicação continuam a fazer pouco caso
com jornalistas nas mesas de negociação. Em reunião realizada na manhã de hoje
(29), na sede do SindijorPR, os sindicatos patronais voltaram a oferecer proposta
que, novamente, sequer cobre a inflação de 9,83%. Uma nova reunião acontece no dia
13 de julho, às 14h, no SindijorPR.
Desta vez, os empresários da mídia ofereceram reposição salarial de forma escalonada. Pela proposta,
o piso salarial seria reposto em 4%. Quem ganha até R$ 5 mil teria 3%; de R$ 5 mil
até R$ 7 mil seriam 2% e quem tem o salário acima de R$ 7 mil receberia um
valor fixo de 140 reais. Gerentes e diretores não teriam reajuste. As demais propostas
dos jornalistas, como fim das demissões e atendimento de cláusulas sociais, continuam
ignoradas.
O SindijorPR e o Sindicato dos Jornalistas do Norte do
Paraná pausaram a negociação após a apresentação da proposta para avaliação. “Decidimos
negar a proposta, já que a categoria decidiu em assembleia não aceitar
reposição inferior aos 9,83%”, explica o diretor do Sindicato do Norte Vitor
Ogawa.
“Essa proposta nasceu morta”, decretou o
diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Vidal. Para ele, não é possível discutir
reposição que não tenha como base o índice inflacionário e que ainda prevê
perdas salariais à categoria. “Já somos tratados como custo e não temos atenção
para nossas pautas sociais. É preciso mudar esta mentalidade. Sem a gente, não
há jornal”, disparou.
Os representantes patronais insistiram em fundamentar o
reajuste rebaixado para jornalistas “na crise pela qual passam os meios”. Para
eles, é uma sobrevida aos veículos, além de manter empregos e postos de
trabalho. No entanto, quando questionadas sobre a garantia dos empregos, as
empresas negam. “Se defendem a manutenção de emprego com reajuste abaixo da
inflação, que oficializem a manutenção dos postos de trabalho na Convenção
Coletiva”, destacou Gustavo Vidal.
Mobilização continua
Como a queda de braço ainda não teve um fim, o SindijorPR segue orientando os jornalistas a continuarem com a mobilização em defesa da pauta de reivindicações. Tirem fotos e vídeos nos seus locais de trabalho, usando as hashtags #?LutaJornalista e ?#?PrimeiramentePagueMeuReajuste.