O ano mudou, mas as práticas abusivas de
cortes do GRPCom seguem a mesmas. Entre ontem (17) e hoje (18), mais seis
profissionais da redação foram demitidos da Gazeta do Povo, maior jornal do
grupo. Esse início de ciclo não é nem um pouco animador para a empresa, que
fechou 2015 ocupando o primeiro lugar no Demissômetro do SindijorPR, com 41
jornalistas contabilizados. O Sindicato questiona na Justiça as demissões, as
quais classifica como coletivas.
Para o Sindicato,
a prática contínua de demissões a conta gotas gera um clima de insegurança e
péssimas condições de trabalho nas redações. Essa mesma ação tem sido vista na
Tribuna do Paraná e, mais recentemente, na RPC, onde a empresa demitiu, apenas
na terça-feira (16), quatro trabalhadores da praça de Londrina. Em janeiro a
RPC já havia desligado outros seis jornalistas. É curioso lembrar que, no mesmo
dia, a TV anunciou uma série de reportagens sobre “como se manter no emprego”,
dicas que não caberão aos seus ex-funcionários.
O fato é que,
mesmo diante da negociação de acordos permanentes com a categoria, relativos a
banco de horas e extensões de jornada, o GRPCom continua sua política de
enxugamento de postos de trabalho. O SindijorPR entende que os acertos em
separado já buscam “equalizar” problemas financeiros e de gestão do grupo e que
seria obrigação de cada um dos veículos de comunicação garantir, ao menos, as
vagas.
Nos próximos
dias, a Gazeta de Povo inicia a negociação com o Sindicato para renovar seu
banco, vencido em janeiro. Uma das demandas fundamentais para manutenção do
acordo é que se concretize o fim das demissões. Não se sustentam as
justificativas para demissão quando existem acertos que beneficiam a empresa,
livrando-a de pagamentos de direitos trabalhistas de seus jornalistas.
JORNALISTAS SE
MOBILIZAM EM CAMPANHA DE LUTAS
Em 2016, os
jornalistas colocam ainda mais força em sua Campanha de Lutas, já aprovada pela
categoria em assembleia. Marcando as ações, no dia 2 de abril o SindijorPR e o
Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná realizam a Plenária Estadual, em
Guarapuava, para encaminhar ações e mobilizações em defesa da categoria e do
jornalismo.
Entre as
atividades da Campanha destacam-se a intensificação da luta contra demissões,
com denúncias de empresas aos órgãos competentes; o monitoramento do
Demissômetro para cidades do interior; o lançamento de materiais relativos à
defesa dos jornalistas e do jornalismo; e a garantia de debates e decisões
amplas, com participação intensa da capital e do interior do Estado.