O SindijorPR está na defesa da Petrobrás e da manutenção dos investimentos da estatal em Educação, Saúde e Segurança Pública. O sindicato também rechaça a ação de Beto Richa (PSDB) para que o Executivo não precise de autorização dos deputados estaduais para vender ações de empresas públicas e de economia mista, como a Copel e a Sanepar.
Aprovada em 2013, a Lei dos Royalties, define que 75% dos royalties do petróleo
sejam destinados para a Educação e 25% para a Saúde. “Isso garante papel
fundamental no projeto de desenvolvimento do nosso país. O Brasil está no
ranking das 15 maiores reservas mundiais de petróleo, estamos na luta, na
defesa da soberania. As riquezas naturais são do povo e não devem ser entregues
às transnacionais e seus sócios”, aponta Gustavo Vidal, diretor-presidente do
SindijorPR.
“O que
acontece é que o momento é oportuno para criar a narrativa de que a Petrobrás é
uma empresa ´falida´ e que, portanto, a única saída é entregá-la ao mercado. E
para Serra e os tucanos, que lideraram todas as grandes privatizações da década
de 90 no Brasil, a venda da Petrobrás seria extremamente interessante, tanto do
ponto de vista político quanto do ponto de vista pessoal. (...) Dizer que a
Petrobrás é do povo e que não permitiremos em hipótese alguma que grandes
interesses internacionais passem a dirigi-la significa defender, por exemplo,
os Royalties e o Fundo Social do Pré-Sal para a educação e saúde”. (Leia
entrevista completa)
Debate, formação e mobilização
Dado o
Projeto de Lei do Senado (PLS) 131, de 2015, do senador José Serra (PSDB-SP)
que coloca em risco que a camada pré-sal seja explorada por empresas
particulares e estrangeiras, reforça-se a necessidade do envolvimento da
população na defesa da Petrobrás. Nesse sentido, os movimentos sociais,
populares e sindicais estão organizando em todo país seminários de formação e
debate e atos públicos.
No Paraná
não é diferente. Nesta sexta-feira (02), acontece no auditório do Sintracon, o
Seminário Estadual Soberania e Desenvolvimento: Energia, Educação, Saúde e
Indústria. O espaço pretende analisar o setor elétrico desde as heranças das
privatizações; a relação entre petróleo, indústria e povo brasileiro; os
desafios da luta do campo e da soberania alimentar; e os desafios para
ampliação dos direitos sociais, desde a relação do pré-sal com a educação e a saúde.
“Pensamos
ser fundamental a participação dos jornalistas paranaenses nesse espaço. A
imprensa tem papel fundamental na construção da identidade do povo brasileiro e
na identificação quanto proprietários dos nossos recursos, para que
estes sejam revertidos em avanços sociais para a classe trabalhadora,
garantindo para todos melhores condições de vida”, diz Gustavo Vidal.
Frente aos casos de corrupção envolvendo a empresa, o diretor-presidente também
relaciona com a responsabilidade das informações divulgadas pela grande mídia:
“Não é cabível que, a partir das denúncias de corrupção na Petrobrás,
contribuamos para a construção da ideia de desvalorização da estatal e
privatização da empresa. Defendemos a investigação minuciosa e a punição dos
responsáveis, mas não podemos criar relações de senso comum, como formadores de
opinião, que coloquem nossos recursos em risco”, reforça.
Copel e Sanepar
Do espaço de
debate e formação, será travada também a força do povo na rua. No dia seguinte
ao seminário, sábado (03), está organizado em todo Brasil, o Dia Nacional de
Lutas. No Paraná, o contexto ainda carece de reforço, além da defesa da
Petrobrás, há a necessidade da luta contra a privatização da Copel e Sanepar.
Apresentado à Assembleia Legislativa no dia 16 de setembro, o último artigo do novo pacotaço do governo do Paraná revoga um inciso da Lei Estadual 15.608/2007. A partir deste item, o Executivo não precisa de autorização dos deputados estaduais para vender ações de empresas públicas e de economia mista, como a Copel e a Sanepar.
“Assim, Richa não só propõe a privatização, como exige que quem
"negocie" as ações com os grandes empresários seja ele mesmo. Do ato
privatista não poderíamos esperar algo diferente, pois essa é a política
declarada e historicamente implementada pelo PSDB, o governo de Richa. Já o ato
absolutamente anti-democrático, que faz com que os deputados estaduais eleitos
democraticamente sejam apenas um bando de expectadores das decisões do
governador, deve ser olhado pela população e pelos comprometidos com a
democracia com todo desprezo”, destaca Pelissari.
Para o militante a questão é simples: a saída da crise, tanto em nível nacional quanto em nível estadual, não pode privilegiar grandes interesses econômicos e prejudicar o povo trabalhador. “Isso significaria dar mais àqueles que geraram a própria crise, com sua busca desenfreada e irresponsável do lucro, e prejudicar o trabalhador que acorda cedo todos os dias e, ao contrário, precisa é do fortalecimento das empresas estatais para satisfazer seus direitos básicos, como os serviços de água, luz e saneamento. Imagina se grandes grupos econômicos passam a controlar mais ainda partes da Copel ou da Sanepar? Já está mais do que provado que a tese segundo a qual mais mercado e a "mão invisível" da "competição" não aumentam a qualidade dos serviços para a população”.
São por esses e outros motivos que o SindijorPR, junto às organizações que
compõem o Fórum 29 de abril e Frente Brasil Popular, convoca toda população
para o debate e mobilização:
02/10, 9h às 18h: Seminário Soberania e
Desenvolvimento - Energia, Educação, Saúde e Indústria. Evento no facebook
03/10, 9h às 13h: Ato do Dia Nacional de Lutas:
"Em defesa da Petrobrás, Contra as privatizações, contra o ajuste
fiscal" e, no Paraná, defesa da Copel e da Sanepar. Evento no Facebook.
03/10, 14:30h às 17:30h: Plenária Estadual do Fórum 29 de Abril, momento em que se discutirá as formas de chegar ao interior do estado, desafios e lutas conjuntas e calendário para os próximos meses.